O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, Abdul Carimo, referiu que a primeira hora de votação nas Eleições Gerais de hoje registou “muita participação”, sem “grandes problemas”.
“A primeira impressão é de muita satisfação. Como estamos a testemunhar, as filas são enormes, significa que há muita participação e esperamos que assim seja até ao final do dia”, disse Abdul Carimo, em declarações aos jornalistas em Maputo (a Capital).
Se os níveis de votação das primeiras horas se mantiverem, o índice de participação dos eleitores poderá ser “muito maior” que em Eleições anteriores, antecipou.
“Ainda não temos informação de grandes problemas, estamos a gerir todo o processo”, enfatizou.
Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos são hoje chamados a escolher o Presidente da República (PR), 250 deputados do Parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respectivas assembleias.
As sextas Eleições Gerais de Moçambique contam com quatro candidatos Presidenciais: o actual PR, Filipe Nyusi (Frente de Libertação de Moçambique – Frelimo), que concorre a um segundo mandato; o novo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade; o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do Partido extra-parlamentar Acção do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, este último com uma campanha limitada a alguns pontos de Nampula, Província do Norte.
Às Eleições Legislativas e provinciais apresentaram-se 26 partidos, mas só os três partidos com assento parlamentar no País (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem nos 11 círculos eleitorais do Território Nacional, que se estende por dois mil quilómetros, mais dois círculos da Diáspora (África e Resto do Mundo).
Entretanto, o trabalho nas mesas onde vai votar o candidato Presidencial da Renamo, Ossufo Momade, na Ilha de Moçambique, esteve paralisado durante alguns momentos, devido a pancadaria entre os respectivos membros, noticiou a Imprensa local.
Imagens de canais de televisão moçambicanos, em directo do local, mostraram membros das mesas de voto a esmurrarem-se no interior do local de votação e eleitores apinhados à entrada.
O presidente da Assembleia de Voto disse, em declarações aos jornalistas, que exige a substituição do delegado de candidatura da Renamo, principal Partido da Oposição, acusando-o de estar a “provocar tumultos”.
Por seu lado, uma pessoa ouvida pela estação pública Televisão de Moçambique (TVM) acusou os membros das mesas de voto de estarem a favorecer a votação de membros da Frelimo, em detrimento de membros da Oposição.
Este é o único incidente reportado, até agora, desde que as urnas abriram, às 7H00 (menos três horas em Cabo Verde), sendo que, minutos antes, o presidente da CNE tinha referido que o processo decorre de forma serena naquele País Lusófono da África Oriental.
Com Lusa