O antigo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, vai ser julgado por corrupção num caso de armas que envolve o grupo francês Thales, após um Tribunal sul-africano ter hoje, 11, recusado unanimemente o arquivamento das queixas contra o ex-Chefe de Estado.
“O pedido (…) de abandonar o processo foi rejeitado”, declarou o juiz Willie Seriti, do Tribunal Superior de Pietermaritzburg.
Como consequência desta decisão, o processo do antigo Presidente vai começar, terça-feira, 15, nesta cidade da África do Sul.
Jacob Zuma, no poder entre 2009 e 2018, tinha pedido o abandono da acusação, afirmando-se vítima de uma “caça às bruxas” lançada há cerca de 20 anos num rocambolesco caso de venda de armas.
Contudo, o Tribunal sul-africano defendeu a sua manutenção, tendo em conta o “pesado” caso contra o ex-Chefe de Estado e em nome da igualdade perante a Lei.
O antigo Chefe de Estado é suspeito de ter recebido quatro milhões de rands (cerca de 260 mil euros em valores actuais) de suborn, por parte do grupo de defesa Thales, por favorecer um contrato de armamento de cerca de quatro mil milhões de euros, fechado em 1999.
Segundo a acusação, ele terá sido pago para evitar à Thales as acusações por corrupção, através do seu amigo e conselheiro financeiro, Schabir Shaik, condenado pela sua participação neste caso a 15 anos de prisão, desde 2005.
Jacob Zuma e Thales sempre negaram as acusações.
Envolvido em vários escândalos, o Presidente Zuma demitiu-se em 2018, tendo sido substituído pelo vice-Presidente, Cyril Ramaphosa, que prometeu limpar o seu Partido e o País da corrupção.