A União cabo-verdiana Independente e Democrata convocou hoje a imprensa para cobrar do Governo as obras prometidas em janeiro de 2018, juntamente com a promessa de que aquele seria o ano de São Vicente, mas que até agora não tiveram o seu arranque anunciado.
A UCID diz-se preocupada com a situação dos investimentos públicos na ilha, que não acontecem ou acontecem a “passos de caranguejo”, apontando um leque de obras que ainda estão por arrancar ou por concluir.
É caso das obras de ampliação do Hospital Baptista de Sousa, bem como do centro de hemodiálise, este último ainda em obras.
“A demora na execução desta obra traz problemas sociais gravíssimos para as pessoas que tiveram a infelicidade de estar na dependência da hemodiálise para poderem sobreviver”, aponta o presidente da UCID, considerando que não se deve brincar com aquilo que são as aspirações de um povo.
A requalificação da orla marítima da Baia das Gatas, as obras de construção do terminal de cruzeiros e do Estádio Adérito Sena, também configuram entre os investimentos revindicados por este partido da oposição.
Para António Monteiro, a única obra anunciada e que, de facto foi executada foi a asfaltagem da estrada que liga Mindelo à Baia das Gatas. Ainda assim, Monteiro pede que seja concluída com a construção dos passeios, uma vez que a sua ausência coloca em perigo os peões e não só.
Cabo Verde está a contribui para um ambiente climático degradado
A UCID chama ainda atenção das autoridades para a questão do tratamento de lixo, através da queima a céu aberto que, no entender de António Monteiro, não vai ao encontro daquilo que são os anúncios feitos pelo Governo, de um país que pretende ter 100% energia renovável até 2040.
“Cabo Verde anuncia que em 2040 estaremos a 100% de energias renováveis, mas, somos incapazes, internamente, de tratar as lixeiras das ilhas, criando problemas gravíssimos, de Santo Antão à Brava.”
Para António Monteiro, a situação do meio ambiente é tão preocupante que não se pode continuar a “brincar no faz de conta”.
Tomando como exemplo a lixeira municipal de São Vicente, Monteiro diz que este emana milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera, contribuindo para um ambiente climático degradado e alimentando um problema que afeta a todos.
A UCID exorta assim o Governo a encontrar as “condições necessárias” para deixar de queimar o lixo e passar a utilizar as tecnologias existentes, como a inceneração ou o plasma, que fazem o tratamento adequado e evitam a contaminação.