A jovem activista sueca, Greta Thunberg, o líder indígena brasileiro Davi Kopenawa e a Hutukara Associação Yanomami, de conservação da Floresta Tropical da Amazónia, foram hoje, 25, distinguidos, em Estocolmo (na Suécia), com o “Prémio Nobel Alternativo”.
A advogada chinesa Guo Jianmei e a defensora dos Direitos Humanos Saraui, Aminatou Haidar, receberam, também, o Galardão, que assinala este ano o 40.º aniversário.
“Distinguimos quatro visionários práticos cuja liderança deu voz a milhões de pessoas na defesa de direitos inalienáveis e na luta por um futuro sustentável para todos no planeta Terra”, afirmou o director-executivo da Fundação “Right Livelihood” (Modo de Vida Correcto), ao anunciar os prémios – citado pela Lusa.
“Além do Prémio monetário, oferecemos aos distinguidos apoio a longo prazo e ajudaremos a proteger aqueles cujas vidas e liberdade estiverem em perigo”, sublinhou Ole von Uexkull, na conferência de Imprensa de anúncio dos prémios, no Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco.
De acordo com o júri internacional, o líder da Tribo dos Yanomami em Roraima, no Norte do Brasil, Davi Kopenawa, e a Hutukara Associação Yanomami foram distinguidos “pela corajosa determinação na protecção das florestas e da biodiversidade da Amazónia, das terras e da Cultura dos povos indígenas”.
A jovem activista do Clima, Greta Thunberg, de 16 anos, foi escolhida por ter “inspirado e ampliado as exigências políticas para uma acção climática que reflicta factos científicos”.
A advogada chinesa Guo Jianmei foi distinguida pelo “trabalho pioneiro e persistente na defesa dos Direitos das Mulheres na China”, tendo ao longo dos anos ajudado milhares de mulheres a terem acesso à Justiça.
A defensora dos Direitos Humanos Saraui, Aminatou Haidar, destacou-se por “uma campanha pacífica”, ao longo de 30 anos, “apesar de detenções e tortura, em prol da Justiça e da auto-determinação para o povo do Sara Ocidental”, sendo a primeira saraui a receber um “Nobel Alternativo”.
Cada um dos premiados vai receber um milhão de coroas suecas (94 mil euros), destinadas a apoiar o trabalho que desenvolvem nas suas áreas e não para uso pessoal.
Num processo de nomeação aberto, o júri recebeu 142 nomeações de 59 países.
Os “Nobel Alternativo” vão ser entregues em Estocolmo, em 4 de Dezembro, numa cerimónia, pela primeira vez, aberta ao público, para assinalar os 40 anos do Prémio.
Criados em 1980, estes prémios “honram e apoiam homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e actuais”.