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Frontex acusada de tolerar abusos sobre migrantes e violar direitos

A Agência Responsável pelas Fronteiras Externas da União Europeia (Frontex) está a ser acusada por vários media de tolerar abusos cometidos sobre migrantes por funcionários locais e de ela própria violar os direitos humanos em expulsões.

Uma investigação-conjunta do sítio de investigação “Correctiv”, do diário britânico “The Guardian” e do canal de televisão alemão ARD, que divulgou a sua reportagem nesta terça-feira, 6, acusa a Frontex de deixar os guardas de fronteira “na Bulgária, Hungria e Grécia” perseguirem os migrantes com cães, utilizar “sprays” de pimenta ou de reprimi-los de forma brutal.

Os três meios de comunicação afirmam basear-se em “centenas de documentos internos da Frontex”, para demonstrar esses abusos, regularmente “classificados como sem seguimento” pela Agência Europeia, referiu a ARD nos primeiros trechos revelados no seu sítio.

A Frontex teve a oportunidade de retirar o seu próprio pessoal destes países e, ao não fazê-lo, é cúmplice, acusou o chefe do Fórum consultivo da Agência, Stephan Kessler, citado pela ARD.

Questionada pela Agência de Notícias Francesa AFP, a Frontex sediada em Varsóvia (Capital da Polónia) diz que, até agora, não houve queixas contra qualquer agente da Frontex.

Acrescenta que pretende “examinar a questão” e tomar “as medidas necessárias” relativamente a estas alegações.

“Deve-se notar, no entanto, que embora a Agência possa suspender um agente destacado pela Frontex no curso de suas operações, a Agência não tem autoridade sobre o comportamento da Polícia nas fronteiras locais nem sobre o poder de realizar investigações no território da UE”, acrescentou a Frontex, num comunicado.

No entanto, de acordo com outro documento interno, os funcionários da Agência estão envolvidos, directamente, na expulsão de menores desacompanhados ou requerentes de asilo sedados durante os seus voos de expulsão.

Após o afluxo migratório no Verão de 2015, em 2016, a Frontex viu a sua missão alargada e aumentou os recursos para se tornar a “Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras”.

A Frontex tem perto de mil funcionários e um grupo de mil e 500 reservistas destacáveis em caso de crise.

Entretanto, a Comissão Europeia já prometeu investigar as acusações de alegada cumplicidade da Frontex com os maus tratos contra migrantes e refugiados na Bulgária, Hungria e Grécia.

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