O secretário-geral do Partido Popular (PP), Juvenal Furtado, disse hoje que a nação apresentada pelo primeiro-ministro (PM), Ulisses Correia e Silva, durante o debate parlamentar sobre o Estado da Nação não corresponde ao Cabo Verde real.
Aquele dirigente falava em conferência de imprensa de balanço da reunião quinzenal, que esta semana foi aproveitada para fazer uma avaliação do estado da Nação, já que o partido, por não ter representação parlamentar, não teve a oportunidade de fazer essa avaliação.
Juvenal Furtado disse que ao contrário daquilo que o chefe do Governo apresentou, a nação cabo-verdiana “não está de boa saúde”.
“Nós entendemos que a nação está num verdadeiro caos. Até parece que o senhor primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva nasceu no dia 01 de Abril”, frisou apontando para a questão partidarização da administração, do desemprego, dos problemas de transportes, das dificuldades no acesso à saúde e à habitação, entre outros.
“Durante a campanha, o senhor primeiro-ministro disse que a administração pública estava demais partidarizada. Quando chegou ao poder a primeira coisa que fez foi anular a lei do concurso público e nunca mais se falou nisso. Portanto, ele não favoreceu o mérito porque sem concurso há mais favorecimento partidário”, exemplificou.
Juvenal Furtado falou do desemprego, indicando que por todas zonas por onde passam há jovens desempregados, sem ocupação e mencionou ainda à situação da justiça que, conforme afirmou, “tem funcionado a duas velocidades”.
“Quando é contra os pobres é uma justiça rápida, mas quando se uma justiça para questões por exemplo da corrupção, de colarinhos brancos, nunca a justiça chega ao fim”, disse apontando para casos como do Novo Banco e do Fundo do Ambiente.
O secretário-geral do PP afirmou que o país pode até estar a crescer, mas salientou que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não significa desenvolvimento, até porque adiantou há muitas pessoas em Cabo Verde a passar por situações complicadas.
“Temos cerca de 180 mil cabo-verdianos a viver na pobreza e que não conseguem fazer uma refeição por dia. Quando assim é, não podemos dizer que há desenvolvimento”, anotou.
A questão da discriminação nas fronteiras, em função da cor da pele, foi outro assunto abordados pelos populares durante a reunião quinzenal.
Juvenal Furtado disse que é preciso lembrar que Cabo Verde é África e os cabo-verdianos são africanos e defendeu que as pessoas devem ser tratadas de forma igualitária, independentemente da sua origem e cor da pele.
Inforpress
PP diz que a nação apresentada pelo PM no debate parlamentar não corresponde ao Cabo Verde real
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