O PAICV reúne-se no seu XVI Congresso no primeiro trimestre de 2020, enquanto este ano será eleita a nova direcção do partido, anunciou hoje o porta-voz do Conselho Nacional (CN), Démis Lobo, que esteve reunido na cidade da Praia.
“O Conselho Nacional analisou e aprovou um plano de actividades que elege a formação dos militantes com vista a uma maior apropriação dos valores e princípios do PAICV à melhoria organizacional como elemento chave e crucial para os próximos tempos”, indicou o porta-voz do CN do Partido Africando da Independência de Cabo Verde (oposição).
Segundo ele, os conselheiros entenderam apelar às estruturas do partido e seus militantes para começarem a “mobilizar-se no sentido de transformar o XVI Congresso do PAICV num momento alto e de debate do futuro do país”.
A questão do “centralismo excessivo” esteve também no centro das atenções dos membros do Conselho Nacional, órgão mais importante entre dois congressos.
O PAICV, disse Démis Lobo, defende uma “profunda reforma do Estado”, assim como uma “forte desconcentração” dos poderes que estão no Estado para junto das ilhas, das pessoas e das regiões.
“Entendemos que o essencial dessas reivindicações tem que ver com alguma necessidade que as populações sentem de se empoderar as regiões para que tenham a capacidade de decidir o seu futuro”, lançou o porta-voz do PAICV, acrescentando que o centralismo é um “problema real” que, para o seu partido, “deve ser enfrentado de frente”.
Na sua perspectiva, o actual Governo “descontinuou” as medidas que estavam a ser tomadas a nível da governação electrónica e “não tem qualquer visão para a reforma do Estado do país”.
“Em três anos, foi incapaz de apresentar um pacote de desconcentração dos poderes e das atribuições do Estado e da descentralização administrativa”, acentuou o dirigente do partido da “estrela negra”, sublinhando que, para tais medidas, o executivo de Ulisses Correia e Silva “não precisava necessariamente de fazer qualquer tipo de regionalização”.
Para Démis Lobo, Cabo Verde tem um Governo que, diante de “fortes contestações nas ruas”, se limita a fazer “considerações depreciativas” relativamente a movimentos cívicos “legítimos” e cuja classe política “que se dá ao respeito deve ouvir e agir em consequência”.
Relativamente às eleições autárquicas do próximo ano, assegurou que em vários concelhos há pré-candidatos que já manifestaram as suas disponibilidades, mas que a decisão da escolha só será tomada depois do congresso.
Explicou que esta decisão se deve ao facto de a actual liderança entender que “não seria correcto” escolher esses candidatos antes da eleição dos novos timoneiros do partido.
Entretanto, sobre o perfil dos potenciais candidatos autárquicos, adiantou que o partido vai realizar estudos de opinião, a fim de ter “critérios objectivos de avaliação” em relação ao possível desempenho de cada um dos pretendentes à liderança das câmaras municipais.
“Será levado em conta o mérito do candidato, assim como o seu comprometimento para com o município para o qual pretende concorrer”, assinalou Démis Lobo, deixando transparecer que o PAICV almeja, por um lado, manter as duas câmaras municipais (Santa Cruz, em Santiago, e nos Mosteiros, no Fogo) e, por outro, ganhar o maior número possível de edilidades.
Perguntado se a actual líder do PAICV é candidata à sua própria sucessão, asseverou que Janira Hopffer Almada não manifestou este desejo durante a reunião do CN, mas que até ao final deste ano poderá anunciar.
Inforpress
PAICV anuncia Congresso para 2020 e eleição da nova direcção do partido para este ano
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