A audiência de Carola Rackete, a Capitã do Navio “Sea Watch 3” suspeita, em Itália, de ajuda à imigração ilegal, prevista para esta terça-feira, 9, num Tribunal na Sicília foi adiada para 18 Julho devido, a uma greve nacional de advogados.
Os advogados criminalistas italianos agendaram para terça-feira, um dia de paralisação para protestar contra as políticas adoptadas na área da Justiça pelo actual Governo italiano, composto pela Coligação Movimento 5 Estrelas (M5S, Populista) e Liga (Extrema-Direita).
A defesa de Carola Rackete decidiu aderir ao protesto nacional e, como tal, a audiência no Tribunal de Agrigento foi adiada em nove dias, confirmou um dos advogados da jovem Capitã alemã à agência noticiosa francesa France Presse (AFP).
A Capitã do Navio Humanitário “Sea Watch 3″, de uma organização não-governamental (ONG) alemã com o mesmo nome, foi detida em finais de Junho quando atracou, sem autorização, na ilha italiana de Lampedusa, para realizar o desembarque de 40 migrantes resgatados ao largo da Líbia, que estavam há mais de duas semanas a bordo da embarcação.
Itália tem em vigor uma política “de portos fechados” às embarcações das ONG, acusando estas organizações, e os respectivos navios humanitários, de encorajarem a imigração ilegal.
O ministro do Interior e líder do Partido Liga, Matteo Salvini, que é o principal rosto desta política, tentou impedir o desembarque dos 40 migrantes a bordo do navio “Sea Watch 3” em território italiano.
Na semana passada, uma juíza de Agrigento decidiu libertar Carola Rackete, que se encontrava em prisão domiciliária, alegando, na altura, que a Capitã de 31 anos tinha agido com o intuito de salvar vidas.
No dia seguinte, a Procuradoria de Agrigento recusou assinar a ordem de expulsão do País da Capitã do “Sea Watch 3”, ordem essa que tinha sido emitida pelas autoridades italianas e que era defendida por Matteo Salvini.
Independentemente destas decisões, Carola Rackete continua a ser alvo de dois inquéritos em Itália, um por resistência às autoridades e outro por auxílio à imigração ilegal.
A audiência agora adiada está relacionada com a investigação por suspeita de ajuda à imigração ilegal.