Milhares de sanvicentinos saíram, na manhã desta sexta-feira (5), às ruas da cidade do Mindelo, em nova manifestação, promovida pelo Movimento Sokols. Ecoando palavras de ordem do dia como “quem cala consente”, os manifestantes, num gesto simbólico, exibiram o cartão vermelho ao governo e a Câmara Municipal de São Vicente.
Uma vez mais as ruas da cidade do Mindelo revelaram-se pequenas para acolher milhares de sanvicentinos em nova manifestação promovida pelo Movimento Sokols. “Quem cala consente”, “o povo unido jamais será vencido”, “abaixo o centralismo” ou mesmo “autonomia” foram apenas algumas das palavras ecoadas pelos populares durante a manifestação.
Uma novidade foi o cartão vermelho e o ruído dos apitos, gestos esses simbólicos dirigidos não só ao governo, como a própria Câmara municipal da ilha de São Vicente.
“Apitos e cartões vermelhos são um sinal. Como no futebol dás o vermelho quando indicas uma falta. O governo está com uma falta gravíssima para este país e para as ilhas do norte. Em São Vicente não nos resolvem os problemas, por isso era a melhor maneira de demonstrar isso e de uma maneira bastante simbólica e ruidosa”, avançou a imprensa, o líder do Movimento Sokols, Salvador Mascarenhas.
Visivelmente satisfeito com adesão registada nesta manifestação, Mascarenhas reiterou que os Sokols surgem uma vez mais como um movimento cívico e órgão de vigilância.
“Temos que estar focados em verificar diferentes governos, mesmo que sejam pessoas que quando candidataram apresentaram um programa de nosso agrado, temos que estar sempre atentos, porque o poder corrompe absolutamente”.
Questionado sobre a possibilidade do movimento abraçar uma candidatura no futuro, o líder dos Sokols, garantiu que tal não irá acontecer. Pelo contrário, segundo ele, estimulam a cidadania activa, tentando promover isso dentro dos cidadãos, porque “há muita gente competente nesta ilha e pessoas de perfil indicado que podem constituir uma equipa para candidatar a câmara”.
Salvador Mascarenhas manifestou a sua solidariedade em relação aos emigrantes, no que concerne as ligações aéreas internacionais para o Aeroporto Cesária Évora. “Isso das passagens é horrível, é uma discriminação violenta tanto para emigrantes como para indústria turística como para a indústria propriamente dita e para os cidadãos e a sua mobilidade. Isto é uma das razões desta manifestação de hoje desta discriminação incrível da Cabo Verde Airlines não ter vôos para São Vicente, alegando questões económicas. É mentira temos sete voos da TAP e uma da TUI”, argumentou.
A Manifestação promovida pelo Movimento Sokols teve início na Praça Estrela por volta das 11 horas. Seguiu pela Rua de Coco, passando depois pelas Avenidas Baltazar Lopes da Silva, Avenida Capitão T. Duarte, Praça Amílcar Cabral, Praça Dom Luís e teve o término á frente da Câmara municipal de São Vicente.
