O presidente da Assembleia Nacional reiterou esta quarta-feira a intenção de Cabo Verde ter a Rússia como parceira na sua transformação num espaço económico e plataforma de prestação de serviços no Atlântico Médio e na sub-região Africana.
Jorge Santos discursava na Conferência Parlamentar Rússia-África e no II Fórum Internacional sob o tema “O Desenvolvimento do parlamentarismo”, que reuniu parlamentares e especialistas de mais de 145 países e organizações parlamentares internacionais, que aconteceu na Duma Estatal da Assembleia Federal da Federação da Rússia.
Segundo a mesma fonte, Cabo Verde é hoje uma “referência positiva” em matéria de democracia, na defesa e promoção dos direitos humanos, na liberdade de imprensa, na igualdade e equidade de género, na defesa e protecção dos direitos e em vários índices da actividade humana.
Conforme disse, o Fórum Russa-África representa mais um “momento importante e decisivo” no reforço do papel da diplomacia parlamentar no sistema de poder a nível mundial, contribuindo para “o encontro de soluções à escala global”, em linha com a “construção de uma ordem internacional mais democrática, justa e equilibrada.”
Jorge Santos disse tratar-se de uma responsabilidade o parlamento cabo-verdiano participar naquele fórum internacional, que é um “espaço de diálogo político e de partilha de visão” sobre “grandes temáticas globais”, reiterando ainda o papel dos parlamentos no fortalecimento da segurança internacional e das melhores práticas da legislação.
O presidente da Assembleia Nacional considerou ainda que “a responsabilidade é maior” pela circunstância de Cabo Verde presidir neste momento a Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que reúne parlamentos de nove países da CPLP, comunidade presente em quatro continentes e representando cerca de 250 milhões de pessoas.
Jorge Santos também falou de temas que considera fundamentais nas relações a nível global.
No primeiro, relacionado com as alterações climáticas e os efeitos no desenvolvimento africano e mundial, pediu que a África se posicione “do lado correcto da história” e que insista na correcção do percurso para diminuir os seus efeitos no aquecimento a terra.
No segundo tema, fenómeno migratório, defendeu que a solução estará na construção de um “verdadeiro desenvolvimento” a nível dos estados de origem desses fluxos migratórios, no engajamento das suas elites com compromissos “de boa governação” e uma “opção clara na boa utilização dos recursos da Nação.”
Desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre Cabo Verde e Rússia, a 14 de Julho de 1975, é a primeira vez que um dirigente cabo-verdiano é recebido na Duma Federal, órgão que, junto com o Soviete da Federação, forma o Legislativo da Federação Russa.
Jorge Santos regressa a Cabo Verde esta quinta-feira, 04.
Inforpress
Cabo Verde quer Rússia como parceira na sua transformação numa plataforma no Atlântico Médio – Jorge Santos
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