A Rússia e outros nove produtores aliados da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aderiram, em Viena (na Áustria) à decisão da Organização de manter até 31 de Março de 2020 o corte da oferta de petróleo, que esteve em vigor no primeiro semester.
Decidiu-se prolongar o acordo (de corte) “por nove meses, afirmou o ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, terça-feira, 2, no final da sexta Reunião Ministerial da OPEP+ (24 países da OPEP e dez aliados desde 2016, liderados pela Rússia).
A decisão dos 24 países surge depois da Arábia Saudita, o maior produtor da OPEP, e a Rússia, maior produtor do Grupo de Aliados, terem alcançado um acordo prévio no sábado, no Japão.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, no sábado, que combinou com a Arábia Saudita prolongar o acordo de corte da produção de petróleo, para suster as cotações do petróleo da OPEP.
“Colocámo-nos de acordo. Vamos prolongar este acordo, a Rússia e a Arábia Saudita. Durante que período? Vamos reflectir. Por seis ou nove meses. É possível que vá até aos nove meses”, declarou Putin aos jornalistas, à margem da Cimeira do G20 em Osaka, Japão.
De forma similar, o ministro do Petróleo saudita, Jalid al Falih, quando chegou no domingoC a Viena, afirmou que o resultado “mais provável” do encontro é uma extensão do corte de produção até 31 de Março de 2020.
O Grupo de 24 países, denominado “OPEP+”, decidiu em Dezembro passado retirar do mercado 1,2 milhões de barris de petróleo por dia, para tentar fazer subir o preço do petróleo, que tinha caído para menos de 54 dólares por barril.
Apesar da medida ter contribuído para o encarecimento do petróleo nos primeiros meses deste ano, quando o barril se apreciou para níveis acima dos 75 dólares em finais de abril, o auge da produção nos Estados Unidos da América e a desaceleração da procura de petróleo anularam, parcialmente, a medida dos produtores.
O barril de petróleo Brent está, actualmente, em torno dos 66 dólares, um nível moderado tendo em conta a pressão para a alta que exercem outros factores importantes.
Entre estes factores destacam-se a queda das exportações de petróleo do Irão devido às sanções impostas a Teerão por Washington, a quebra da produção da Venezuela devido à grave crise que atravessa o País e os receios de cortes de fornecimento que desperta a escalada das tensões no Médio Oriente.
A OPEP e os dez aliados, que representam metade da produção mundial de petróleo, decidiram em Dezembro cortar a produção em 1,2 milhões de barris por dia e a estratégia funcionou, já que o preço do barril subiu cerca de 30 por cento no primeiro trimestre, antes de estabilizar.