Pelo menos sete pessoas morreram e 181 ficaram feridas no Sudão, na sequência das manifestações massivas de domingo para exigir a transição para um governo civil, noticiou a agência oficial Suna, citando o Ministério da Saúde.
Num balanço divulgado anteriormente, um Comité Médico próximo da contestação dava conta de cinco mortos.
“Há ainda vários feridos graves, atingidos por balas de milícias do conselho militar”, segundo o mesmo Comité.
Respondendo ao apelo do principal movimento da contestação, composto por estudantes universitários, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas para pressionar os generais que tomaram o poder depois da destituição, em Abril, do Presidente Omar al-Bachir.
As autoridades sudanesas lançaram gás lacrimogéneo e “snipers” dispararam para dispersar as dezenas de milhares de pessoas que se manifestaram em Cartum, Capital do Sudão.
O número dois do Conselho Militar de Transição, no Poder, general Mohammed Hamdan Daglo, disse à agência noticiosa France Presse que houve disparos de “snipers” sobre civis e para-militares durante a manifestação, convocada para reclamar uma transferência de poder.
As manifestações ocorrem depois de as negociações entre o Conselho Militar do Sudão, que governa o País, e os líderes dos protestos, para um acordo de partilha de poder, terem chegado a um impasse.
No início do mês, pelo menos, 128 pessoas foram mortas numa outra manifestação e na repressão que prosseguiu nos dias seguintes, segundo médicos. As autoridades indicaram um balanço de 61 mortos.
Darfur é palco, desde 2003, de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas, que se dizem “marginalizados pelo Governo Central”.
Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300 mil mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.