Por: Vanda Rosa*
Zacarias Xavier Pinto Monteiro, aliás, “Belito”, é jovem da Achada de Santo António (na Cidade da Praia) e amante do Desporto.
“Belito” viu a sua vida mudar, significativamente, quando lhe amputaram uma das pernas.
Segundo conta, desde os 20 anos, tinha um “calo” num dos dedos, que o maltratava muito.Durante vários anos, procurou o Hospital e sujeitou-se aos tratamentos que lhe foram feitos.
Quando o médico lhe propôs a operação, resistiu…o que é compreensível.
Só aceitou quando soube que não havia mais alternativas.
Vida familiar
“Belito viveu”, desde a sua infância, na Achada de Santo António.
O pai, Domingos Monteiro, cedo emigrou. Mais tarde, foi a vez de se despedir da mãe, Ângela Maria, que se foi juntar ao marido. Tem três irmãs: Estefânie, Lidiana e Carla. Passou a viver com os avós.
Precocemente teve a filha Priceila e, anos mais tarde, a Bianca. Por elas deseja lutar, para apoiá-las sempre, sobretudo no futuro. “Belito” define as filhas como a sua razão de viver.
Bem diz o adágio popular: “Fidju fêmia é sorti di pai!”.
Sempre ligado ao mundo do Desporto
Sempre esteve ligado ao mundo do Desporto, desde que se entendeu por gente.
Jogou no Tchadense, Boavista da Praia, Vitória e Travadores.
Foi treinador-adjunto da Equipa Feminina de Seven Stars.
Recorda, com saudades, os colegas de infância, principalmente, os com os quais jogou: Nando, Babanco, Gegé, Cadú, Lito, Evandro, Cachito, Raimundo, Mia, Lampreta, entre muitos outros.
Sonhos e perspectivas futuras
A “vontade de ferro” de vencer na vida caracterizam esse jovem. Não se deixa abalar (o que espanta todo o mundo”).
Levanta-se, diariamente, às cinco da manhã e vai treinar uma Equipa de Veteranos.
Também adora trabalhar com as crianças.
Hoje ele tem metas ambiciosas: está a fazer uma formação para ser Treinador Encartado. O maior sonho é ser um atleta Para-Olímpico.
Ante esta vontade férrea, não conseguimos travar este grito: “Nu djunta pa ‘Belito’ i pa Desporto!”.
Em concreto, apelamos ao mundo do Desporto para que o ajude a concretizar os sonhos.
Bem seria que houvesse realizações desportivas, cujos lucros ajudassem “Belito”.
Urgentemente, “Belito” precisa de uma boa prótese, pois, ainda está com duas muletas, que, por vezes, caem e precisam ser coladas.
Precisamos – e já! – de iniciativas regionais e locais.
“Nu ta konta ku solidariedade de Tchada, ki ta sta sempre prontu” e, tanbé, di nacionais”, para ajudarmos este jovem forte, bonito, alto, de 31 anos e…bastante altruísta.
*Professora liceal e Presidente da Associação MEA (Mulheres em Acção)