O primeiro-ministro recordou hoje o bispo Dom Paulino como um homem que sempre se pautou pela defesa da dignidade da pessoa humana e disse que o Governo vai pensar numa forma de perenizar a sua figura.
Em declarações aos jornalistas à entrada da Pró-catedral de Nossa Senhora da Graça para participar na cerimónia fúnebre daquele que foi o primeiro bispo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva falou de Dom Paulino Évora como “um grande homem” e um “grande representante” da Igreja Católica.
“Ele foi um homem que sempre se pautou pela defesa da dignidade da pessoa humana. Esteve muito ligado a tudo que é vida social de Cabo Verde, para além da sua missão religiosa e vai seguramente deixar saudades”, disse.
O chefe do Governo manifestou o seu sentimento de pesar à família, mas também à igreja e à Diocese de Santiago e enalteceu a grande homenagem que o povo de Cabo Verde está a fazer a esse “grande homem” e prometeu que o Governo vai pensar na forma de perenizar a figura daquele que foi o primeiro bispo de Cabo Verde.
“O facto de estarmos nessa missa de corpo presente com toda esta participação representa muito, representa a melhor homenagem que Dom Paulino gostaria seguramente de ter. Em termos institucionais, depois vamos pensar como perenizar a figura dele aqui em Cabo Verde”, prometeu.
Ulisses Correia e Silva está na cerimónia acompanhado do ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, da secretária de Estado Adjunta para a Modernização Administrativa, Edna Oliveira, e do secretário de Estado Adjunto do Ministro de Estado, Carlos Monteiro.
Uma grande multidão deslocou-se à Pró-catedral de Nossa Senhora da Graça, na Cidade da Praia para render a última homenagem a Dom Paulino, numa cerimónia que conta com a participação do Presidente da República em substituição, Jorge Santos, da Primeira-Dama e outras autoridades do país.
Presente nas exéquias estão também o arcebispo de Dakar, o bispo de Mindelo, o bispo de Bafatá e parte dos sacerdotes vindos de todas as paróquias da diocese.
Os restos mortais do bispo emérito Dom Paulino Évora, falecido domingo, 16, na Cidade da Praia, vão ser sepultados na igreja Nossa Senhora da Graça, conforme rege o Código de Direito Canónico no seu canone 1242, que diz que “nas igrejas não se sepultam cadáveres, a não ser que se trate do Romano Pontífice, dos Cardeais ou dos Bispos diocesanos, mesmo eméritos, que devem ser sepultados na igreja própria”.
Dom Paulino Évora nasceu na Cidade da Praia a 22 de Junho de 1931 e foi ordenado Sacerdote em Carcavelos, Portugal, a 16 de Dezembro de 1962. Após a ordenação sacerdotal, trabalhou em Portugal e, mais tarde, foi enviado para Angola. Primeiro foi para o centro Sul desse país e, mais tarde para o Norte, na Diocese de Malange onde trabalhou em duas missões.
Depois de trabalhar na missão em Angola e Portugal, chegou a Cabo Verde para assumir e orientar a Diocese da sua terra natal em 1975, num período “muito especial” que coincide com a independência nacional.
Nomeado Bispo de Cabo Verde em 21 de Abril de 1975, tomou posse da Diocese de Santiago de Cabo Verde no dia 22 de Junho de 1975 e a conduziu até 14 de Agosto de 2009, altura em que se resignou por motivo de idade, tendo sido substituído por Dom Arlindo Furtado, então bispo do Mindelo.
Dom Paulino Évora faleceu na residência das Irmãs Franciscanas em Achada Santo António, na Cidade da Praia e completaria, no dia 22 deste mês, 88 anos de idade e 44 da tomada de posse da Diocese de Santiago de Cabo Verde em 1975.
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Governo promete pensar numa forma de perenizar a figura de Dom Paulino em Cabo Verde
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