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China culpa “interferência estrangeira” por protestos em Hong Kong

A Imprensa chinesa culpou hoje, segunda-feira, a “interferência estrangeira” pelos protestos deste fim de semana, em Hong Kong, contra a proposta de Lei que permite extradições para a China, acusando os organizadores de “conluio com o Ocidente”.

Os organizadores da manifestação de domingo afirmaram que mais de um milhão de pessoas desfilaram pelas ruas da cidade, enquanto a Polícia da antiga colónia britânica indicou que o protesto juntou 240 mil participantes.

O Governo considerou esta proposta um instrumento vital para combater o crime transnacional e manter o Estado de Direito, enquanto os críticos afirmaram temer que a população fique à mercê de um sistema judicial chinês opaco e politizado.

A controversa proposta vai começar a ser debatida na quarta-feira, 12, no hemiciclo.

Em editorial, o jornal oficial “Global Times” minimizou, nesta segunda-feira, o protesto de domingo, um dos maiores da região semi-autónoma, desde o retorno à China, em 1997.

“Deve-se ter atenção que algumas forças internacionais fortaleceram significativamente as suas relações com a oposição de Hong Kong recentemente”, afirmou o jornal, acusando os opositores de “conluio com o Ocidente”.

O jornal refere reuniões entre membros da Oposição de Hong Kong com o secretário de Estado dos EUA (Estados Unidos da América), Mike Pompeo, e com a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

O jornal chinês “China Daily” afirma, ainda, que 700 mil pessoas assinaram uma petição “online” em apoio ao projecto de Lei, e que acredita que muitos manifestantes “foram enganados pela Oposição e os seus aliados estrangeiros”.

Imagens aéreas das ruas de Hong Kong, cheias de manifestantes, percorreram o mundo neste fim de semana.

Na China continental, porém, os acontecimentos não foram noticiados.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respectivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas Relações Externas e Defesa.

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