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Espanha: Justiça suspende exumação dos restos de Franco

A Suprema Corte espanhola suspendeu, por precaução, a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco de seu Mausoléu, enquanto o recurso apresentado pela família é examinado.

A exumação, marcada para a próxima segunda-feira, 10, pelo Governo, está no centro de uma batalha judicial entre o Executivo Socialista e os descendentes do ditador, que governou a Espanha com mão de ferro, de 1939 a 1975, e está enterrado num Mausoléu faraônico, perto de Madrid (a Capital de Espanha).

A Suprema Corte apontou – em comunicado divulgado terça-feira, 4 -, que uma de suas câmaras “decidiu, por unanimidade, suspender, por precaução, a exumação dos restos mortais de Francisco Franco Bahamonde, que ocorreria em 10 de Junho”.

Para a mais alta instância judiciária da Espanha, a suspensão visa evitar “danos” que poderiam ser causados à família do ditador, mas também ao Estado, se o recurso dos descendentes de Franco for finalmente aceite e que forçaria a devolução do corpo para onde está actualmente.

Esta decisão “implica que o Governo deve adiar a exumação até o anúncio de um veredicto sobre o recurso, nos próximos meses”, reconheceu o Executivo Socialista de Pedro Sánchez que, no entanto, disse estar “convencido” da futura rejeição pela Suprema Corte da acção dos descendentes do ditador.

Desde a sua morte, em Novembro de 1975, o corpo de Franco está no Vale dos Caídos, um imponente Mausoléu a 50 quilómetros de Madrid, que, por decisão do ditador, foi construído por milhares de presos politicos, nos anos 40 e 50 do século passado.

No Templo Católico, dominado por uma imponente cruz de 150 metros, também estão os restos mortais de quase 27 mil combatentes leais a Franco e das vítimas de seu Regime, quase dez mil republicanos retirados de fossas comuns e cemitérios e levados para o local, sem aviso prévio às famílias.

O túmulo do general galego, acessível ao público e reverenciado por seus nostálgicos, fica no Altar da Basílica, sempre coberto com flores, uma “tumba de Estado” e de “exaltação”, que para o Governo Socialista é inaceitável.

Pedro Sánchez fez da exumação de Franco um de seus cavalos de batalha. Mas, enquanto esperava concluir o procedimento até meados de 2018, esbarrou na firme rejeição e resistência dos herdeiros do ditador.

O Governo obteve a aprovação do Vaticano e rejeitou a proposta da família de enterrar Franco no jazigo familiar da Catedral de Almudena, onde está enterrada sua filha, temendo que se torne um local de peregrinagem franquista.

A intenção é enterrar Franco em um lugar mais discreto, no Panteão de Mingorrubio-El Pardo, que é estatal e fica nas proximidades de Madrid.

No mesmo Panteão está Carmen Polo, a esposa do general que, depois de vencer a Guerra Civil de 1936-1939, governou a Espanha até 1975.

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