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Política

PM de Cabo Verde destaca crescimento económico, mas oposição quer desenvolvimento

Na abertura da segunda sessão plenária de maio e no debate mensal com o primeiro-ministro sobre o crescimento económico sustentável, Ulisses Correia e Silva começou por dizer que “a economia cabo-verdiana está num bom momento”.
O chefe do Governo cabo-verdiano afirmou que o país está com um crescimento de 5%, “cinco vezes mais do que há 3 anos”, e que esse crescimento económico “está a beneficiar as pessoas”.
“Há mais dinheiro a circular na economia. O crescimento económico associado a políticas ativas de inclusão social, tem provocado aumento do rendimento e do consumo das famílias”, salientou Ulisses Correia e Silva, acrescentando ainda que a economia está a gerar emprego.
“A taxa de desemprego diminuiu em 2017 (15% para 12,2%) e manteve-se em 2018 (12,2%), apesar de dois maus anos agrícolas consecutivos, que impactaram negativamente a produção (quebra de 22,8% em 2017), o emprego e o rendimento das famílias rurais”, prosseguiu.
No período 2016/2018, o primeiro-ministro indicou que foram criados 16.839 empregos em 16 setores de atividade, mas informou que foram perdidos 13.713 empregos, no setor da agricultura.
Outro dado apontado por Ulisses Correia e Silva foi o indicador de confiança no consumidor, que no primeiro trimestre deste ano registou o valor mais alto dos últimos 17 trimestres consecutivos, ou seja quatro anos.
“É resultado da apreciação positiva das famílias cabo-verdianas sobre a sua situação financeira e a situação económica do país. Os cabo-verdianos sentem e reconhecem e sabem que este ano e os próximos anos serão ainda melhores”, reforçou Correia e Silva sobre o tema indicado pelo Movimento para a Democracia (MpD), partido que suporta o Governo.
Por sua vez, a deputada e líder do maior partido da oposição (PAICV), Janira Hopffer Almada, disse que tão importante quanto o país crescer, é garantir que esse crescimento seja sustentável, sentido por todos e com a redistribuição da riqueza gerada.
A líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde sublinhou a importância de o país crescer, mas notou que a conjuntura mundial de hoje é muito mais favorável, permitindo muitos países atingir taxas de crescimento extraordinárias.
Mesmo assim, Janira Hopffer Almada disse que o atual crescimento económico de 5% está “longe da promessa de crescimento de 7% ao ano” feita por Ulisses Correia e Silva, que agora quer “recalibrar” essa promessa.
“O crescimento económico – por maior que seja – só tem impacto na vida das pessoas, quando há uma perspetiva de inclusão”, entendeu a líder do PAICV, avançando que já foram destruídos 15 mil empregos em dois anos.
O deputado e presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, reconheceu o crescimento económico do país desde 2016, mas considerou que “está muito aquém daquilo que os cidadãos esperam”.
“Porque os cidadãos querem ter é o desenvolvimento e não o crescimento. O crescimento é o instrumento para se atingir o desenvolvimento, e se nós formos analisar aquilo que vai por este país fora, chegamos a conclusão que estamos muito longe do desenvolvimento que este país precisa”, reforçou o presidente da terceira força política no parlamento cabo-verdiano.
Depois do debate com o primeiro-ministro, a segunda sessão de maio da Assembleia Nacional vai prosseguir com aprovação de propostas de lei e de projetos e propostas de resolução.
LUSA

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