Anastácio Filinto Correia e Silva, ex-director-geral dos TACV, morreu na noite de ontem, quinta-feira, dias depois de ter completado 90 anos de idade, no meio de familiares e amigos. Era pai do ex-ministro do Ensino Superior, António Correia e Silva, do nosso colaborador e escritor Filinto Silva, do músico Antero Simas, para além de vários outros filhos.
Natural de Santa Cruz, ilha de Santiago, Anastácio Filinto Correia e Silva fez os seus estudos liceais em São Vicente. Mais conhecido por “Senhor Filinto”, foi dos primeiros presos políticos em Cabo Verde, tendo, em 1960, sido detido com vários outros colegas, na cidade da Praia, acusados de subversão nacionalista.
Homem profundamente ligado à cultura, integrou a primeira tentativa de se criar um cineclube na Praia. Foi, aliás, na sequência dessa iniciativa, da qual faziam parte, entre outros, os também falecidos Alcides Barros, Mário Fonseca e Osvaldo Aranda Azevedo, num total de onze elementos, que o grupo acabou preso. Uma das acusações era estarem ligados a José Leitão da Graça, que se viu, entretanto, obrigado a fugir para Dakar, Senegal.
Homem de mente aberta, Anastácio Filinto Correia e Silva era uma verdadeira biblioteca viva, contador de histórias, como poucos. Era um apaixonado pela literatura, música, cinema, dos primeiros a interessar-se sobre o folclore musical de Santiago. A sua casa era um “lugar de cultura”, por isso muito procurada, no passado, por muitos daqueles que hoje dão cartas nos campos da música, história, literatura, etc.
Antigo quadro das finanças, depois da independência de Cabo Verde, Anastácio Filinto Correia e Silva foi director-geral, por vários anos, dos TACV. O seu trabalho e empenho em prol da causa pública foi-lhe reconhecido através de várias condecorações e distinções do Estado de Cabo Verde.
O seu funeral é logo mais, às 16 horas, depois de serviço religioso na Igreja do Nazareno, no Platô.
Morreu Anastácio Filinto Silva
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