O ex-Presidente do Governo Regional da Catalunha, o independentista Carles Puigdemont, foi autorizado por dois tribunais de Madrid a candidatar-se às Eleições Europeias, apesar de viver na Bélgica, fugido à Justiça.
De acordo com a Lusa, os tribunais anulam, assim, uma decisão tomada na semana passada pela Junta Eleitoral Central, que estipulava que Carles Puigdemont e dois outros membros separatistas do seu Executivo Regional fossem excluídos de uma lista às Eleições para o Parlamento Europeu, que se vão realizar em 26 de maio próximo.
O Tribunal Supremo espanhol decidiu, no domingo, 5, que cabia aos tribunais do Contencioso-Administrativo de Madrid tomarem a decisão final sobre o recurso apresentado pelos três fugitivos investigados pela sua participação na tentativa de independência da Catalunha, em Outubro de 2017.
A Justiça espanhola tem emitidos mandados europeus de detenção contra Carles Puigdemont, Antoni Comín e Clara Ponsatí.
A polémica à volta de Puigdemont começou quando o Parlamento catalão declarou, unilateralmente, a independência, em 27 de Outubro de 2017, que resultou na suspensão da autonomia catalã por parte do Governo espanhol.
Em 30 de Outubro desse ano, foram levantadas acusações de rebelião e mau uso de fundos públicos contra Puigdemont e contra outros membros do Governo da Catalunha, levando-os a fugir para a Bélgica, sob mandados de captura de autoridades europeias.
Em 21 de Dezembro de 2017, nas Eleições Regionais, Puigdemont foi reeleito para o Parlamento catalão, mas foi impedido de tomar posse, mantendo o seu exílio na Bélgica, tendo vindo a ser detido numa auto-estrada alemã e depois libertado sob fiança.
Em Julho de 2018, o Supremo Tribunal suspendeu Puigdemont do cargo de deputado no Parlamento catalão.
Em Março deste ano, Puigdemont anunciou que iria candidatar-se ao Parlamento Europeu, como cabeça-de-lista pelo “Juntos Pela Catalunha”, acompanhado dos seus antigos colaboradores Antoni Comín e Clara Ponsati.
O ex-vice-Presidente desse Executivo Regional, Oriol Junqueras, que ficou em Espanha e foi detido, provisoriamente, há um ano e meio, é o principal acusado de um grupo de 12 políticos catalães no julgamento em curso sobre a tentativa de independência da Catalunha.