Milhares de pinguins bebés afogaram-se quando o gelo onde estavam a ser criados foi destruído na sequência de uma forte tempestade. A segunda maior colónia de pinguins imperador do mundo corre o risco de desaparecer, deixando alarmados especialistas em vida animal.
A catástrofe animal aconteceu, segundo explica a BBC, em 2016, no Mar de Weddell, no oceano Antártico. Os cientistas, da British Antarctic Survey (BAS), através de imagens de satélite de alta resolução, descobriram que a colónia de crias, que vivia na plataforma de gelo Brunt, desabou e as aves adultas não demonstram interessem em restabelecer a população.
O estudo publicado na revista científica Antarctic Science revela que nos últimos três anos houve um decréscimo do número de crias naquela região. A colónia de Halley comportava quase 10% da população mundial de pinguins imperadores, com o número de casais reprodutores a variar entre os 14 mil e os 25 mil a cada ano.
Em 2016, depois de um período marcado pelo mau tempo, o gelo perto do mar quebrou em outubro, diminuindo o número de crias. Um fenómeno que se repetiu em 2017 e 2018 levando à morte de quase todas as crias de pinguim-imperador.
Para se reproduzirem, os pinguins necessitam de plataformas de gelo estáveis, que devem durar entre abril, quando as aves chegam ao local para nidificarem, e dezembro, altura em que as crias estão preparadas para sair. O facto de o gelo se partir em outubro faz com que milhares de crias morram afogadas.
“Estas imagens mostram claramente a falha de reprodução, verdadeiramente catastrófica, neste local nos últimos três anos”, explica, Phil Trathan, um dos responsáveis pelo estudo. “É impossível compreender se as condições no mar junto da colónia estão relacionadas com as mudanças climatéricas”, disse.
Esta colónia está agora praticamente desaparecida, enquanto que a colónia de Dawson Labton, muito próxima da colónia de Halley, aumentou consideravelmente de tamanho, indicando que muitos dos pinguins imperadores adultos se tenham mudado para lá, procurando melhores condições para se reproduzirem.
Fonte: JN