O presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, ilha do Fogo, Carlos Fernandinho Teixeira, disse que ainda vai a tempo do Governo rever a distribuição dos recursos destinados ao plano de mitigação da seca e contemplar o seu município.
Segundo este autarca, esta questão já foi discutida “várias vezes” com os membros do Governo, inclusive com o primeiro-ministro, também foi alvo de discussão a nível do Conselho Directivo da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde (ANMCV) e no Conselho Geral desta instituição, tendo em conta que o mesmo entende que “houve falhas em termos de critérios de avaliação do mau ano agrícola”.
Este autarca, acusa o ministro que tutela a pasta da Agricultura e Ambiente, de fazer esta distribuição de forma “deliberada, pois, entendeu que Mosteiros deveria ficar de fora, na lógica de que Mosteiros fez a exportação de café e de espigas de milho para a ilha de Santiago”.
“Não faz sentido, um município eminentemente agrícola não receber os recursos de mitigação do efeito do mau ano agrícola. Entretanto, concede à Praia que não tem a tradição agrícola cerca de cinco mil contos”, lamentou o edil, acrescentando que estava convencido de que houve uma “confusão” na distribuição dos recursos em que a Praia recebeu cinco mil contos e a Câmara Municipal dos Mosteiros recebeu zero.
Conforme o autarca mosteirense, todos os presidentes das câmaras municipais, na reunião do Conselho Geral da ANMCV,partilham da mesma ideia de que “houve falhas e que é preciso corrigi-las o quanto antes”.
A mesma fonte salientou ainda, que no concelho dos Mosteiros, este ano, há uma má produção do café, área que absorve maior parte da mão-de-obra.
“Não há café, não há milho nas zonas baixas do município dos Mosteiros e neste momento não temos nenhum posto de trabalho excepto a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que tem cerca de uma vintena de pessoas a trabalharem na zona de Monte Velha.
Daí, Carlos Fernandinho Teixeira acredita que “ainda vai a tempo do Governo contemplar Mosteiros com os recursos necessários para fazer face ao mau ano agrícola”.
Fonte: Inforpress