Em setembro de 2018, o Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INECV) realizou o quinto Recenseamento Empresarial, durante o qual foram recenseadas todas as unidades económicas do tipo empresarial que operam no país, nomeadamente empresas e estabelecimentos.
Os resultados preliminares hoje apresentados na cidade da Praia, que se reportam ao ano económico de 2017, indicam que cerca de 70% das empresas ativas em Cabo Verde são em nome individual ou sociedades unipessoais e que as sociedades por quotas foram os maiores empregadores (34%).
Em Cabo Verde existem 9.983 empresas ativas, mais 8,8% do que em 2012, ano a que se reportou o anterior recenseamento empresarial, efetuado em 2013.
As sociedades anónimas foram, contudo, as que geraram maior volume de negócios (59%), conforme explicou aos jornalistas o diretor das estatísticas económicas e empresariais do INECV, Fernando Rocha.
Outros dados indicam que, apesar da maioria das pessoas empregadas (75%) trabalharem em empresas com contabilidade organizada, cerca de 67% das empresas ativas em Cabo Verde não tem contabilidade organizada.
Só as empresas com contabilidade organizada faturaram 95% do total do volume de negócios em 2017.
Os homens gerem praticamente o dobro das empresas geridas por mulheres: 6.250 e 3.733, respetivamente.
Em termos geográficos, as ilhas da Boa Vista e Sal foram as que tiveram maior crescimento do número de pessoas ao serviço, sendo que a ilha do Maio foi a que registou uma maior queda, disse o mesmo responsável do INECV.
Em relação ao volume de negócios, que foi de 287.630.932 mil escudos cabo-verdianos (cerca de 2.602.978.448 euros), este cresceu 14,7% face a 2012, com a ilha da Boa Vista a registar o maior crescimento e a ilha do Maio uma forte queda.
A faturação média por trabalhador foi maior nas ilhas de São Vicente, Santiago e Sal.
No Sal, a faturação média por empresa foi de 49.002 mil escudos cabo-verdianos (cerca de 443.454 euros).
O comércio, o alojamento e restauração e indústria transformadora são os setores que, em 2017, concentravam o maior número de empresas ativas.
O setor do comércio emprega mais pessoas, cerca de 23%, e foi o que maior volume de negócios gerou.
Fernando Rocha sublinhou que este recenseamento introduziu, pela primeira vez, e por recomendação internacional, dados sobre todas as instituições sem fins lucrativos que exercem atividade económica no território cabo-verdiano.
Os dados ainda estão a ser tratados mas registaram já a existência de 193 organizações não governamentais em todo o país.
LUSA