O Primeiro-Ministro (PM) são-tomense, Jorge Bom Jesus, começou, hoje, 25, uma visita oficial de dois dias a Angola, para “dar um novo impulso” à cooperação entre os dois países, que “têm conhecido altos e baixos nos últimos tempos”.
“(Angola) é um país amigo com o qual temos relações bastante profundas, históricas, políticas e culturais e vamos precisamente para darmos um novo impulso a essa cooperação que tem conhecido altos e baixos nos últimos tempos e que é necessário reactivar”, disse Jorge Bom Jesus aos jornalistas – citado pela Lusa -, antes de partir para Angola.
Trata-se da primeira deslocação do PM são-tomense para uma visita ao estrangeiro, em que se faz acompanhar dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidade, Elsa Pinto, e do Planeamento, Finanças e Economia Azul, Osvaldo Abreu.
O governante disse que a reactivação das relações de Cooperação Bilateral com Angola tem “uma perspectiva de desafios mútuos, numa visão partilhada de interesses para o bem-estar e desenvolvimento dos dois países, nações e povos”.
Jorge Bom Jesus lembrou que existem vários domínios de interesse para São Tomé e Luanda, “desde logo o próprio espaço do Golfo da Guiné em que as posições (dos dois países) são estratégicas”.
Os dois países desenvolvem uma Cooperação nas áreas económica, militar, diplomática e são esses domínios sobre as quais a delegação são-tomense vai “conversar e estreitar relações e interesses” com as autoridades angolanas.
“Nós não queremos continuar a nutrir com Angola esta relação no sentido único de quem vai pedir, São Tomé e Príncipe tem que olhar para si, para as suas potencialidades e está em condições de poder dar e tem muito para dar”, disse Jorge Bom Jesus.
Energia, transporte aéreo, portos e turismo são as áreas em que o PM considera interessarem particularmente aos dois países.
O Governo são-tomense vai, igualmente, conversar com as autoridades de Angola sobre a situação da Diáspora são-tomense naquele país “que é antiga e precisa cada vez mais de integração e de participação”
Jorge Bom Jesus promete “acarinhar os angolanos e os seus investimentos” no seu país, acreditando que a questão da Cervejeira Rosema venha a ser analisada durante esta visita a Angola.
Em causa está o controlo da Rosema, que opôs em Tribunal o empresário angolano Mello Xavier e os irmãos Monteiro, são-tomenses e que já foi alvo de várias decisões judiciais contraditórias.
Em Maio do ano passado, o juíz António Dias emitiu uma Sentença numa Providência Cautelar interposta pela advogada dos irmãos Monteiros, Celiza de Deus Lima, que anulou o efeito do Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de 21 de Abril e restituiu, “imediatamente”, a Fábrica de Cerveja à Sociedade Irmãos Monteiro.
Acusado de “contrariar e desobedecer” ao Acórdão do STJ, que tinha devolvido a Cervejeira a Mello Xavier, o Conselho Superior dos Magistrados Judiciais decidiu suspender o juiz das funções no Tribunal de Lembá, Norte do País, onde se encontra instalada a Rosema.