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Desporto

Pécks regressa a Portugal pelas portas do Pedras Rubras

Após o drama vivido em Cabo Verde de 2016 a esta parte, o defesa internacional A por Cabo Verde, Pécks, está de volta ao futebol português. O Pedras Rubras, clube que milita no Campeonato de Portugal, abriu as portas para este miúdo que cresceu no bairro da Ilha de Madeira, em São Vicente. Na última quarta-feira (20), a história de Pécks mereceu um artigo do site desportivo “Maisfutebol”, na rúbrica “Domingo à Tarde”.

“Neste momento, estou a sentir-me emocionado. Não sabia quando podia voltar a jogar aqui, na Europa. Felizmente, correu tudo bem. Estou a fazer o que mais gosto, perto da família. Nem sei explicar, estou muito emocionado. É gratificante para mim”.

As palavras ilustram o estado de espírito de Péricles Santos Pereira. Pécks Foi assim que ficou conhecido no futebol português, ao serviço do Gil Vicente, de 2011 a 2016.

Os últimos dois anos e meio foram um calvário humano e desportivo para o cabo-verdiano, retido em Cabo Verde devido a problemas burocráticos que só tiveram avanços concretos ao fim desse período. «Uma página que já ficou para trás», atira. E da qual pouco quer falar, por ora.

Hoje, Pecks está de volta a Portugal e a Barcelos, perto da mulher, portuguesa. De novo no futebol luso. Agradece o Pedras Rubras, clube da série B do Campeonato de Portugal. Desde janeiro, é a nova casa da carreira do defesa central, que voltou ao país a 13 de dezembro último. Um mês depois, estreou-se e pegou de estaca: seis jogos, 540 minutos.

«O Pedras Rubras surgiu quando eu já estava em Portugal. Um amigo convidou-me. Disse-me que algumas pessoas do Pedras Rubras gostavam de falar comigo. Agora, estou a viver uma boa etapa da minha vida. Vou encarar de forma séria e dar o meu melhor pelo Pedras Rubras. As pessoas receberam-me bem, têm apoiado muito», garante.

De alma renovada, Pecks frisa ainda ter metas altas. «O meu objetivo é chegar ao nível mais alto possível. Gostava de ficar em Portugal. Era bom para mim voltar à seleção, estou a trabalhar com esse objetivo», garante o defesa, internacional por três ocasiões.

Para isso, conta com a ajuda da família portuguesa. Dia a dia, entre Barcelos e Pedras Rubras. «É a minha esposa que me leva aos treinos e o pai dela também, porque ela trabalha e nem sempre consegue levar-me», conta.

Forma trabalhada do futsal aos treinos na praia

A última internacionalização pela selecão, em junho de 2016, ante São Tomé e Príncipe, foi o início de uma etapa menos positiva. Após o jogo, o regresso a Cabo Verde foi maior do que o esperado.

«Fiquei lá porque tive que resolver uns problemas. Graças a Deus, consegui. Mas agora gostava de conter-me sobre isso, tenho algumas coisas por resolver», confessa.

Em dois anos no país natal, Pecks mostrou, porém, ser uma força da natureza… no meio dela. Sem jogar oficialmente, viu cessar um ano de contrato que restava com o Gil Vicente e manteve a forma em São Vicente, ao servço doSport Clube Ribeira Bote e também com conterrâneos de vida. «Jogava futsal com amigos e ia treinar à praia de manhã, com dois amigos», relata.

Mais tarde, em 2018, rumou à ilha da Praia e iniciou a época no GDR Celtic, clube local, pondo fim a pouco mais de um ano sem competição. «Recebi abordagens, com a do Celtic simpatizei na hora, foram pessoas que ajudaram muito. Encontrei um grupo fantástico, pessoas que tenho comigo», ilustra. Contribuiu com alguns jogos e um golo em cerca de três meses.

«Foi uma paragem longa, mas estive sempre a treinar. Foi um sacrifício grande e agora estou muito feliz. A minha família em Cabo Verde ajudou-me muito, a minha mãe, as minhas irmãs e, principalmente, a minha mulher, os pais dela e a família toda de Portugal», sublinha, com voz notoriamente comovida.

Com o ingresso no Pedras Rubras, diz já ter recebido contactos para saberem da sua «situação». Mas, agora, garante profissionalismo e dedicação ao clube de Moreira da Maia: «estou a gostar de estar lá e acho que vou estar até maio a ajudar a equipa».

Fonte: Maisfutebol

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