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Política

Armadores nacionais rubricam acordo com o Governo para entrarem na Cabo Verde Inter-ilhas

Um grupo de nove armadores nacionais rubricou hoje com Governo, no Mindelo, o acordo para a sua entrada no capital social da futura empresa Cabo Verde Inter-ilhas, assumindo 49 por cento (%) do seu capital social.

“Este é um acordo histórico, pois selamos hoje um compromisso com os armadores nacionais para darmos ao País uma solução optimizada e excelente em matéria de transportes marítimos”, declarou o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, momentos após a assinatura do documento.

São nove as empresas que entram na Cabo Verde Inter-ilhas, e cada uma deve realizar um capital social de 2.722 milhões de escudos: Cabo Verde Fast Ferry, Polaris SA, Adriano Lima, Verdemar, Santa Luzia Salvamento Marítimo, Jô Santos & David, União de Transportes Marítimos, Oceanomade e Aliseu Lda.

Segundo Olavo Correia, o acordo foi a forma que o Governo encontrou para criar uma oportunidade para os investidores nacionais no sector marítimo, tendo destacado o “espírito de abertura” dos mesmos na discussão durante “meses e dias para a construção da solução”.

O também titular da pasta das Finanças chamou a atenção para o facto de o acordo selar também uma “responsabilidade grande” para com as ilhas e os cabo-verdianos, no sentido de se conseguir dar ao País uma solução e uma oportunidade para se criar uma empresa “saudável e sustentável” e “um bom sistema” de transporte entre as ilhas.

“Estamos engajados e confiantes em que estaremos à altura de mudar o estado actual” lançou Olavo Correia, para quem Cabo Verde só conseguirá avançar se forem capazes de “reformar sem medo, mudar o status quo”.

“Se o País continuar assim como está não vai avançar, mas o Governo vai criar as condições para que os privados agarrem as oportunidades e continuar a dinâmica reformista”, concluiu.

Em representação dos armadores, o comandante Luís Viúla referiu que “desde a primeira hora” os armadores nacionais estiveram interessados em contribuir e colaborar na exploração dos navios de cabotagem na ligação das ilhas.

A prova desse interesse, ajuntou a mesma fonte, é o acordo hoje rubricado, resultado de “muitas sessões de trabalho e discussão de questões relevantes” para a vida das empresas nacionais de navegação marítima.

“Hoje chegamos a um acordo porque o clima de negócio melhorou entre as partes, pelo que após muita discussão os armadores decidiram entrar no negócio por unanimidade”, concretizou a mesma fonte.

A cláusula quatro de um conjunto de oito que enforma o acordo de compromisso indica que todo o pessoal afecto às empresas armadoras poderá ser integrado, “como primeira opção”, na Cabo Verde Inter-ilhas, sendo certo que, relativamente a navios, parte dos activos poderá ser transferido para a nova empresa e o remanescente poderá ser vendido ou abatido.

O acordo para a entrada dos nove armadores nacionais no capital social da futura empresa Cabo Verde Inter-ilhas é mais uma etapa que se cumpre do concurso internacional lançado em Janeiro de 2018 para o serviço público de transporte marítimo inter-ilhas.

O mesmo registou oito concorrentes, passou por duas fases, com reclamações pelo meio, que foram analisadas, e, por isso, demorou mais tempo do que o previsto, de acordo com o Governo.

Na última sexta-feira foi rubricado, na cidade da Praia, o acordo com a empresa portuguesa vencedora do concurso, a Transisular, que detém 51% do capital social.

“Foi tudo de comum acordo e esta é a melhor solução para Cabo Verde, ou seja, trabalhar com uma única entidade a ligar as ilhas e as populações”, sintetizou o secretário de Estado-Adjunto da Economia Marítima, Paulo Veiga, também presente no acto de assinatura do documento.

Inforpress

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