A Comissão Eleitoral da Tailândia anunciou que quer dissolver o Partido que nomeou a irmã do Rei ao cargo de Primeira-Ministra (PM), para as Eleições Legislativas de 24 de Março.
A Comissão Eleitoral considerou “hostil à Monarquia Constitucional” a nomeação da Princesa Ubolratana, por parte do Partido da Oposição, Raksa Chart.
Por essa razão, “pediu ao Tribunal Constitucional para dissolver o Partido”, anunciou a Comissão Eleitoral em comunicado.
O Partido da Oposição Raksa Chart anunciou, no sábado, que a Princesa Ubolratana, irmã mais velha do Rei Vajiralongkorn da Tailândia, não seria candidata a PM nas Eleições de 24 de Março.
Esta decisão surge na sequência de o Rei Vajiralongkorn ter decretado, na sexta-feira, que nenhum membro da Família Real se deve envolver na política, invalidando a candidatura da sua irmã mais velha.
O Decreto Real, lido na Televisão Nacional, refere que a candidatura da Princesa é “inapropriada” e “contra o Sistema Constitucional”.
“O Partido Raksa Chart submete-se à ordem Real”, declarou o Partido em comunicado.
O Partido tinha anunciado, na sexta-feira de manhã, a Princesa Ubolratana como candidata a PM nas Eleições, ameaçando a tradição de décadas da CAasa Real de evitar o envolvimento político.
Nenhum membro da Família Real foi candidato a chefe de Governo desde o estabelecimento da Monarquia Constitucional em 1932.
Desde então, a Tailândia foi palco de 19 tentativas de golpe de Estado, 12 das quais bem-sucedidas.
A Princesa iria disputar o cargo com Prayut Chan-o-Cha, o actual PM e chefe da Junta Militar, escolhido pelo Partido Phalang Pracharat, amplamente considerado como representante dos militares.
As Eleições Parlamentares de 24 de Março são as primeiras desde o golpe de Estado militar, em 2014, liderado pelo actual PM.
Na votação serão eleitos 500 membros do futuro Parlamento da Tailândia, que, por sua vez, vão eleger o próximo PM.