Foi lançado desde a meia noite desta sexta-feira,8, nas plataformas digitais o novo trabalho discográfico de Mayra Andrade.
Um álbum aguardado com expectativa tendo em conta que desde finais do ano passado que a cantora vinha lançando de forma faseada alguns singles, que dão corpo ao novo trabalho. Um disco que rompe claramente com o estilo predominante nos quatro álbuns anteriores e que põe de lado a “inocência” até então demonstrada por Mayra enquanto intérprete.
Manga (que dá nome ao disco), Afecto e Vapor di Imigração foram alguns dos singles lançados antes do álbum e que faziam antever uma transformação que se pode dizer “radical” de Mayra Andrade como cantora.
Em entrevista a vários órgãos de comunicação franceses e portugueses Mayra Tem falado precisamente dessa mudança que abraça acima de tudo o seu “eu” em termos de composições e a música urbana, contemporânea, com um forte toque africano em cada batida, se falarmos em termos de sonoridades. A este cocktail juntam-se os ritmos de Cabo Verde numa fusão interessante e fresca.
“Este disco é muito um disco de confissões, de revelações e foi uma forma para mim de exorcizar coisas, fazer as pazes com certas coisas, expressar-me. “, disse em entrevista ao DN.
Um autoretrato “sem censura”, como expressou. “Aquilo de que eu estou a falar vem muito de dentro, é muito íntimo, pessoal. É o meu momento. Sinto que o tom do disco é muito direto. É como a galinha que põe o ovo: Pum, direto. Vem de mim. Sou muito eu este disco. Não me censurei. Noutros momentos se calhar censurava-me…”.
Manga foi bem cozinhado, durante cerca de dois anos, e além das suas composições conta ainda com letras de Sara Tavares, Luísa Sobral e Cachupa Psicadélica.
Gravado entre Paris (França) e Abidjan (Costa do Marfim), Mayra Andrade canta em criolo e português num disco “sensual” nos ritmos, nas palavras e nos videoclipes que já foram revelados publicamente.
Para alcançar a nova abordagem criativa, Mayra convidou o cabo-verdiano Kim Alves, amigo e músico, e Akatche, talentoso beatmaker, a participarem neste trabalho.
Romain Bilharz, que já trabalhou com Stromae e Ayo, e 2B, beatmaker próximo da música urbana de Abidjan e Dakar, são os dois co-produtores do disco.
Avaliar pelos vídeos que tem postado nas suas redes sociais, o disco está a ter um grande aceitação entre o público em vários palcos da Europa por onde tem passado.
O álbum está disponível nas principais plataformas digitais e está a valer a Mayra Andrade uma agenda cheia de espectáculos até ao Verão.
Em Cabo Verde, as novas músicas também já passam nas rádios, mas deveremos assistir a “Manga” apenas em Abril durante o Kriol Jazz Festival, que acontece entre 11 e 13 de Abril.
GC