O Conselho de Segurança da ONU reúne-se, este sábado, 26, de emergência, a pedido dos Estados Unidos da América (EUA), para discutir a actual situação política na Venezuela.
A reunião sobre a crise venezuelana foi pedida por Washington, que pretende apelar à comunidade internacional para reconhecer o líder da Assembleia Nacional (Parlamento), Juan Guaidó, como “Presidente constitucional interino da Venezuela”.
Guaidó auto-proclamou-se na quarta-feira, 23, Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os EUA foram os primeiros a reconhecer, nesse mesmo dia, a autoridade do opositor ao contestado Presidente Nicolás Maduro.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado norte-americano, Robert Palladino, confirmou, na sexta-feira, que o chefe da Diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, vai participar nesta reunião aberta do órgão máximo das Nações Unidas (por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com carácter vinculativo).
Mike Pompeo “vai exortar os membros do Conselho de Segurança e a comunidade internacional a preservarem a paz e a segurança internacionais reconhecendo Juan Guaidó como Presidente constitucional interino da Venezuela”.
O secretário de Estado vai, também, “apelar a que se apoie o governo de transição nos seus esforços para restabelecer a Democracia e o Estado de Direito”.
Os EUA foram o único dos cinco membros permanentes (e com poder de veto) do Conselho de Segurança a ter reconhecido, formalmente, Juan Guaidó como Presidente em vez de Nicolás Maduro.
A França e o Reino Unido expressaram apoio a Guaidó enquanto presidente da Assembleia Nacional e consideraram “ilegítima” a reeleição de Nicolás Maduro, enquanto a Rússia manteve o apoio ao dirigente socialista e a China criticou “ingerências externas”.
A par de Washington e Canadá, a maioria dos países da América Latina, salvo algumas excepções como Bolívia, Cuba e Nicarágua, reconheceram Guaidó como Presidente interino.
Ao lado de Maduro, mantiveram-se países como a Turquia e o Irão, bem como as Forças Armadas venezuelanas.
O México propôs-se, na sexta-feira, receber Maduro e Guaidó para dialogarem. Horas depois, Nicolás Maduro disse que, pela paz no país, estava disponível para se reunir com o opositor Juan Guaidó e para iniciar “um diálogo nacional”.
Os protestos na Venezuela causaram, pelo menos, 26 mortos em quatro dias, segundo o Observatório Venezuelano dos Conflitos Sociais (OVCS), uma organização da oposição.
A ONU referiu que mais de 350 manifestantes foram presos desde o início da semana.
Os dados desta Organização indicam que 2,3 milhões de pessoas fugiram da Venezuela desde 2015, devido à crise política e económica no país, onde vivem cerca de 300 mil portugueses e luso-descendentes.