Jorge Carlos Fonseca admitiu hoje poder visitar a Guiné-Bissau, na qualidade de presidente em exercício da CPLP, depois de consultas internas que não excluem os partidos políticos e se não houver objecções por parte dos principais protagonistas políticos guineenses.
“Há uns dias, de acordo com algumas consultas que fiz, e na qualidade de presidente em exercício da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) ponderei fazer uma visita à Guiné-Bissau para, no terreno, ver como está a decorrer o processo eleitoral”, precisou o Presidente da República, acrescentando que só vai a Bissau se chegar à conclusão de que a sua deslocação a este país ajudará o processo eleitoral.
Jorge Carlos Fonseca fez essas considerações em declarações à imprensa, à margem da cerimonia de cumprimentos do ano novo da sociedade civil, nomeadamente as ordens profissionais, as Aldeias SOS e a Plataforma das Comunidades Africanas em Cabo Verde.
“A minha ida (a Guiné-Bissau), digamos, é uma ida que pretende ajudar. Portanto, só tem sentido se não houver objecções por parte dos principais protagonistas políticos e eleitorais da Guiné-Bissau”, avançou Jorge Carlos Fonseca.
Entretanto, realçou que uma eventual deslocação à Guiné-Bissau tem a ver com a “ponderação” no sentido de procurar “ser útil, não na qualidade de Presidente de Cabo Verde, em particular, mas como presidente em exercício da CPLP” e ajudar que se crie um “ambiente propício” para que haja “eleições tranquilas e transparentes”.
Instado se esta eventual visita não será interpretada como uma espécie de ajuda ao seu homólogo guineense José Mário Vaz, respondeu nesses termos: “não tenho esses sinais. É por isso que estou a fazer as consultas também externas”.
“Tenho relações normais e boas com os principais protagonistas políticos da Guiné-Bissau”, sublinhou, para depois deixar transparecer que compreende que num contexto de “competição política possam surgir alguns ruídos e preocupações”.
Garante, porém, que neste momento não tem uma decisão definitiva sobre a sua visita à Guiné-Bissau, pelo que está a fazer “algumas consultas” de forma a dispor de todos os elementos para apurar se a sua deslocação à terra de Amílcar Cabral, nesta altura, contribuirá para ajudar que o processo eleitoral decorra da melhor maneira possível.
“Dentro de poucos dias terei elementos e condições para uma decisão definitiva”, disse Jorge Carlos Fonseca, lembrando que a Guiné-Bissau precisa de tranquilidade para que os seus cidadãos beneficiem do progresso a que têm direito, já que levaram a cabo uma luta pela Independência Nacional considerada uma “referência em África”.
Jorge Carlos Fonseca deseja que depois de 10 Março, data marcada para as eleições legislativas, a Guiné-Bissau retome os caminhos da normalidade institucional e encete os caminhos do progresso.
Inforpress