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Vendedeiras do Mercado da Praia acusam gestora Patrícia Freire de as ter chamado de “porcas”

As vendedeiras do Mercado do Plateau estão revoltadas com encerramento do espaço para a “limpeza geral”, marcada para esta segunda feira, 21. É que segundo as mesmas, a gestora do mercado, Patrícia Freire, prometeu que a limpeza geral passaria a ser feita de três em três meses e não está a cumprir com a promessa.

“No mês passado fizeram uma reunião e disseram que a partir de dezembro, a limpeza passaria a ser feita, a partir de três em três meses. A última vez que limparam foi no dia 8 de dezembro e hoje já querem limpar de novo. Agora temos de tirar os nossos produtos, levar para casa e trazer de novo. Se não vendemos hoje, como é que vamos pagar o transporte? Nós não somos contra a limpeza, só não temos dinheiro todo mês para fazer isso”. Reclama Ana Maria vendedeira há 36 anos.

Essas mães, chefes de família, queixam-se ainda do prejuízo que estão a ter uma vez que poderiam fazer a desinfestação do mercado, durante o final de semana.

“Imagine 100 quilos de peixe como posso carregar para transportar, levar a casa e trazer de volta? Eu tenho cerca de 45 mil escudos de peixe e caso estragar, quero ver quem é que vai pagar o prejuízo. Sabemos que ontem era feriado mas existem trabalhos que têm de ser feitos nos feriados. Hoje é segunda feira e como qualquer outra pessoa que vai para o seu trabalho, nós vimos para o mercado porque este é o nosso rendimento”, conta a peixeira Maria Ribeiro.

Maria diz ainda que a gestora Patrícia Freire lhes “faltou ao respeito” chamando-as de “porcas”, acusando-as de levarem para o mercado “baratas e ratos que vêm nos produtos”. No entanto, a vendedeira questiona: “se fossemos porcas, ela, Patrícia, viria aqui ao mercado, todos os dias, para tomar o pequeno almoço, almoço, e no final do dia, fazer as suas compras para levar para casa?”

De acordo com informações avançadas pelas vendedeiras, depois da limpeza geral só podiam entrar no mercado por volta das 14h, para retirarem os seus produtos.

Quanto à retoma da atividade, só será possível, amanhã, 22. “Muitas de nós viemos do interior e temos de ficar aqui sem tomar o pequeno almoço e nem sequer vendemos para ter dinheiro para almoçarmos”, uma situação que, dizem, consideram ser “abuso do poder”.

Diante destas reclamações, a nossa reportagem contactou a Gestora do Mercado Municipal do Plateau, Patrícia Freire, para prestar esclarecimentos mas, até agora, não tivemos nenhuma resposta.

No entanto, em declarações à Inforpress, a mesma disse negou que tenha informado as rabidantes de que a limpeza geral do mercado seria trimestral, uma vez que a ideia da limpeza mensal é uma resposta  à exigência da Delegacia de Saúde, em nome da saúde pública.

“Eu nunca passei essa informação. O mercado sempre será desinfestado com a limpeza geral mensalmente. Há um regulamento e os calendários são divulgados. Neste mês as vendedeiras tiveram duas possibilidades. No passado sábado, 12, tinham de sair e não saíram, fizemos a sensibilização. Foi passada a comunicação e não saíram. Foi-lhes dada uma segunda oportunidade – para sábado 19 – como resistiram fechamos o mercado”, disse.

RM

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