A Universidade de Oxford anunciou a suspensão de bolsas de investigação e financiamentos provenientes da Huawei, perante as crescentes preocupações de segurança sobre aquele grupo chinês de telecomunicações.
Em comunicado, a Universidade de Oxford, uma das mais importantes instituições de ensino do Reino Unido, indica que decidiu, em 8 de Janeiro, que “não vai procurar novas oportunidades de financiamento” com a Huawei ou com empresas relacionadas.
A decisão, que se aplica tanto ao financiamento de contratos de investigação como a doações filantrópicas, foi tomada “à luz das preocupações do público levantadas nos últimos meses”, em torno das parcerias do Reino Unido com a empresa.
O comunicado da Universidade refere que dois projectos de investigação existentes no valor de 692 mil (785 mil e 99 euros) vão continuar.
“Esperamos que estes assuntos possam ser resolvidos em breve e observamos a própria vontade da Huawei em tranquilizar os governos sobre o seu papel e as atividades”, salienta o comunicado.
Por seu turno, o grupo chinês de telecomunicações, Huawei, disse que “não foi informado desta decisão” e aguarda a explicação completa da Universidade.
O secretário de Defesa do Reino Unido e o seu responsável pelos Serviços de Informação expressaram preocupações, no mês passado, sobre o envolvimento da Huawei no lançamento de redes 5G no país.
A Huawei esteve sob investigação pelo Congresso dos Estados Unidos da América (EUA), que num Relatório de 2012, considerou que a empresa tem uma relação próxima com o Partido Comunista Chinês, e que facilita a espionagem chinesa.
Fundada em 1987, por Ren Zhenfei, um ex-engenheiro das Forças Armadas chinesas, a Huawei é, hoje, o maior fabricante global de equipamentos de rede.
As redes sem fios 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais elétricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como ativos estratégicos para a segurança nacional.
Na semana passada, a agência de contra-espionagem da Polónia deteve o director de vendas da Huawei, por suspeitas de espionagem, depois de, no mês passado, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, ter sido detida em Vancouver (no Canadá), a pedido das autoridades dos EUA.