Três agências das Nações Unidas exortaram os países da África Ocidental e Central a fazerem mais esforços para pôr fim às novas infecções de VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana) entre crianças e adolescentes, incluindo a resolução dos problemas relativos à igualdade de género.
O apelo foi lançado, quarta-feira, 16, após uma reunião de alto nível em Dacar, capital do Senegal, pela ONUSIDA, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), face à epidemia que se propaga nos países africanos, nestas regiões.
Em 2017, cerca de 800 mil crianças e jovens da África Ocidental e Central entre os zero e os 19 anos viviam com VIH — o segundo número mais elevado do mundo, após África Oriental e Austral.
Neste ano, aproximadamente 67 mil crianças (dos zero aos nove anos) e 69 mil adolescentes (dez a 19 anos) foram infectados, novamente, pelo VIH e dois terços (46 mil) dos adolescentes recém-infectados eram raparigas.
Embora tenha havido progressos em alguns países no combate a novas infecções por VIH entre crianças – 11 países registaram uma redução de mais de 35 por cento (%) entre 2010 e 2017, entre os quais Cabo Verde – noutros, incluindo a Nigéria, que tem a maior epidemia na região, o número não diminuiu.
“Os países da África Ocidental e Central têm a oportunidade real de fazer uma mudança positiva para as crianças e os jovens”, disse o director-executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, citado num comunicado.
O mesmo responsável sugeriu que as questões subjacentes, incluindo desigualdade de género e discriminação generalizadas, “precisam de ser abordadas com urgência para que os obstáculos que se coloca à obtenção de resultados possam ser removidas e mais vidas possam ser salvas”.