O Observatório Venezuelano de Violência (OVV) diz ter registado 23 mil e 47 mortes violentas no país, em 2018, uma taxa média de 81,4 assassinatos por cada cem mil habitantes, indica o Relatório anual sobre homicídios na Venezuela do OVV.
Segundo o Observatório, dessas 23 mil e 47 mortes violentas, dez mil 422 foram por homicídio, sete mil 523 por resistência às autoridades e cinco mil 102 estão em processo de investigação.
Na apresentação do Relatório, na quinta-feira, 27, o director do OVV, uma ONG (organização não-governamental), Roberto Briceño León, denunciou que “são cada vez mais obscuros os mecanismos de contagem e classificação das vítimas e do registo de mortes violentas em geral”.
Segundo o OVV, 94 por cento (%) das vítimas são do sexo masculino e 6% do feminino, 83% das mortes violentas ocorreram na rua e 12% na casa das vítimas e em 84% foi usada uma arma de fogo.
Os dados daquela ONG apontam que 79% das vítimas tinham entre 15 e 34 anos de idade e que “em 63% dos casos, o homicida é desconhecido” e em 26% dos casos pertence a um organismo de segurança.
O Relatório indica, ainda, que 47% dos homicídios ocorreram em dias úteis e 28% durante o dia.
Segundo Roberto Briceño León, “os resultados mostram uma diminuição no número de homicídios cometidos por criminosos e um notável aumento das vítimas de forças policiais”.
Nos cinco estados com maior número de mortes violentas, por cada cem mil habitantes, aparece em primeiro lugar Aragua (168), seguido por Miranda (124), Bolívar (107), o Distrito Capital (100) e Sucre (97).
A localidade de Santos Michelena, no Estado de Aragua, registou “445 mortos por cada 100 mil habitantes”, com o OVV a destacar que o município é “controlado por grupos criminosos, que perseguem e extorquem a pouca actividade industrial e o comércio local que permanecem”.
Segundo o OVV, o Estado com menor taxa de mortes violentas é Mérida, com 24 mortos por cada cem mil habitantes.
