Mais de cem milhões de eleitores do Bangladesh são chamados, no domingo, 30, às urnas, para Legislativas que as sondagens indicam poderem ser vencidas pela Primeira-Ministra (PM) cessante, Sheikh Hasina.
A oposição uniu-se e apresenta Kamal Hossain, 82 anos, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, para enfrentar a favorita Sheikh Hasina, de 71 anos.
As 11.ª Eleições desde que o Bangladesh ganhou a independência do Paquistão, em 1971, poderão dar a Hasina um quarto mandato de cinco anos, que seria o terceiro consecutivo desde 2008, um recorde na história do país.
Quase invisível no espaço público durante a campanha, a coligação da oposição enfrenta o escrutínio enfraquecida pela prisão da sua dirigente emblemática, Khaleda Zia, que cumpre uma pena de 17 anos por corrupção, e pelas detenções em massa nas suas fileiras.
A oposição denunciou um “clima de medo”, criado pelo Governo.
Desde a abertura oficial da campanha, a 8 de Novembro, foram mortos no total três partidários da Liga Awami (no poder), segundo a Polícia, e oito do Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP, principal formação da oposição), de acordo com este.
Cerca de 13 mil militantes da oposição foram detidos nas últimas semanas e metade dos seus candidatos foram atacados, fisicamente, segundo os dados da oposição.
A representação diplomática dos Estados Unidos no Bangladesh expressou, na quinta-feira, 27, a sua “preocupação face ao nível elevado de violência eleitoral nas duas últimas semanas”.
Após um encontro com o presidente da Comissão Eleitoral, o embaixador norte-americano, Earl Miller, declarou parecer que “os candidatos da oposição sofreram a maior parte da violência”.
A oposição exigiu, no início da semana, a demissão do chefe da Comissão Eleitoral.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, pediu umas eleições “sem assédio, intimidação ou violência”.