O diretor-executivo do UNODC interveio na reunião do Conselho de Segurança em Nova Iorque, por teleconferência a partir de Viena, numa declaração que abriu a reunião de ontem, dedicada ao problema das drogas na África Ocidental e Central.
“Estados em pós-conflito e países em transição, incluindo a Guiné-Bissau, requerem muita atenção, como é reconhecido por este Conselho, para abordar os desafios das drogas e crime organizado, nas reformas políticas”, declarou Yury Fedotov.
O UNODC sublinha que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental identificou a Guiné-Bissau como um dos cinco países mais vulneráveis da região, juntamente com Costa do Marfim, Guiné, Libéria e Serra Leoa.
O tráfico de drogas, muitas vezes ligado ao terrorismo e tráfico humano, permanecem grandes ameaças à paz e estabilidade nos países da África Ocidental e Central, reiterou Yury Fedotov.
A agência da ONU contra drogas e crimes pediu um reforço do diálogo regional e inter-regional no combate aos crimes, dada a dificuldade dos países em combater estes problemas que dão lugar a violência e impedem a sustentabilidade das nações.
O Relatório Mundial sobre Drogas, apresentado em junho de 2018 pelo UNODC, constatou que 87% das apreensões de opioides farmacêuticos em todo o mundo em 2016 foram localizadas na África Ocidental, Central e do Norte.
O diretor executivo do UNODC enalteceu a Iniciativa da Costa Ocidental Africana para a implementação de unidades contra a criminalidade na Guiné-Bissau, Libéria e Somália, três países onde estão instaladas missões de paz da ONU.
A Iniciativa da Costa Ocidental Africana é uma união de diversas organizações internacionais e órgãos de governos nacionais para encontrar mecanismos de combate ao tráfico de droga.
Entre os mecanismos de reforço do combate estão o reforço dos controlos de segurança nos aeroportos e o aumento da troca de informações a nível internacional sobre redes de crimes transnacionais.
Lusa