Os passageiros dos transportes aéreos, ouvidos pela Lusa no aeroporto da Capital (Maputo), esperam que a entrada da “Ethiopian Airlines” nos voos domésticos sirva para baixar os preços das viagens.
“Que se tente desmistificar a ideia de que avião é para pessoas abastadas e que se pratiquem preços mais acessíveis, porque os preços ainda são proibitivos”, disse Amândio Borges, passageiro que se preparava para uma viagem de cerca de três horas para a província de Nampula, no Norte do país.
Borges já viajou com a empresa e ficou satisfeito, depois de muitos anos de monopólio da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
De orgulho passou a decepção, referiu, dizendo ter sido afectado várias vezes pelos atrasos e falta de informação da companhia de bandeira.
Marco Silva, outro passageiro na sala de espera, encara a entrada de uma nova companhia nos voos domésticos como um sinal preocupante, demonstrador de fragilidades da LAM.
“Teve de vir uma empresa externa para nos socorrer”, lamentou.
Além de obrigar a concorrência a trabalhar mais, a nova empresa gera novos rendimentos para Moçambique, com criação de postos de trabalhos, disse Marco Silva.
Francisca Tovela, de partida para Tete, província do interior a pouco mais de três horas de viagem, ficou agradada com os preços promocionais da nova companhia.
“Quando vi as tarifas, pensei: era disto que estávamos a precisar”, contou, dizendo que espera melhorias graças à competição entre companhias.
A “Ethiopian Airlines” iniciou as operações domésticas em Moçambique no dia 1 de Dezembro, tornando-se na segunda companhia de origem estrangeira a ligar diferentes cidades do país.
Até 2017, só a operadora estatal LAM podia fazer vôos domésticos, mas uma alteração à lei passou a permitir a entrada de outros operadores, o primeiro dos quais foi a “Fastjet”, que há um ano garante voos entre Maputo e algumas capitais provinciais.