A Agência da Organização das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) avisa que, pelo menos, 6,3 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária e protecção no Afeganistão.
Em documento onde faz o levantamento das necessidades para 2019, a OCHA realçou que este número é praticamente o dobro do ano passado, o que resulta do conflito, das deslocações forçadas e da perda de meios de subsistência.
Daquele total, a OCHA especificou que 3,7 milhões estão em necessidade “severa”.
Para justificar a acentuada deterioração, argumentou que “uma caótica e imprevisível situação de segurança, combinada com uma severa seca, quase duplicou o número de pessoas necessitadas em relação ao mesmo período do ano anterior, deslocando mais de 550 mil novos civis e empurrando 3,3 milhões para níveis de emergência em insegurança alimentar”.
O Afeganistão sofreu, este ano, uma forte seca, resultante de uma redução das precipitações em 70 por cento (%), o que resultou em 1,4 milhões de afectados e 223 mil e cem deslocados num país onde já, por si, metade da população vive abaixo do limiar da pobreza.
A isto junta-se a crueza do conflito que abala o país desde há 17 anos, com dezenas de atentados ocorridos em vários pontos do país só este ano.
As autoridades deixaram de revelar as baixas sofridas nas suas fileiras, mas segundo o inspector-geral para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR, na sigla em inglês), do Congresso dos Estados Unidos da América, entre Maio e Outubro registou-se um recorde de baixas em comparação com anos anteriores.
A pressão dos insurgentes no campo de batalha provocou a redução da área controlada pelo Governo de Cabul, que desceu para 55% em 2018, o número mais baixo desde que o SIGAR o começou a contabilizar, em 2015.