Timor-Leste necessita de diversificar a economia e acelerar o crescimento da produtividade, com mudanças estruturais em sectores-chave, se quer alcançar o objectivo de crescimento médio de sete por cento (%) do PIB (Produto Interno Bruto) até 2023, considera o Banco Mundial.
“O tipo de crescimento é importante para a pobreza e a desigualdade. Neste contexto, as alterações estruturais são fundamentais para assegurar que os ganhos económicos são sustentados e resultam em benefícios”, refere o Relatório Económico semestral sobre Timor-Leste, divulgado esta segunda-feira, 26, em Díli.
Na sua análise, o Banco Mundial recorda que as trajectórias de desenvolvimento dos países do Sudeste Asiático mostram que o progresso económico e social sustentado depende de “mudanças estruturais significativas”.
Melhorias sectoriais em questões como formação técnica, capital complementar, modernização tecnológica e melhores práticas de gestão ajudam, considera o Banco Mundial, mas não são suficientes para garantir um crescimento diversificado e inclusivo.
Analisando os sectores económicos, o estudo nota que a construção e serviços públicos têm sido os que mais aumentaram de importância na última década, com o Valor Acrescentado Bruto (VAB) a quase duplicar entre 2005 e 2015, para mais de três mil milhões de dólares.
Apesar disso, o sector agrícola continua a ser o maior empregador, ainda que a maioria dos trabalhadores ativos estejam em agricultura de subsistência, evidenciando-se um aumento na força laboral do setor público, explicou o economista Pedro Martins, do Banco Mundial.
O facto de as “estruturas de emprego estarem atrasadas relativamente às estruturas de produção” tem um impacto “crítico” na distribuição de ganhos económicos.
O estudo nota que continua a haver “grandes disparidades em termos de produtividade laboral” entre os vários sectores, com um aumento médio de produtividade de 60% na última década para cerca de quarto mil e 500 dólares por trabalhador.
No caso da construção a produtividade é particularmente elevada – 35 mil dólares por trabalhador -, muito acima do setor seguinte, o comércio, onde a produtividade é de pouco mais de dez mil dólares ou a agricultura, onde a produtividade ronda os mil e 500 dólares.
Quase 70% dos trabalhadores continuam na forma “mais vulnerável de emprego”, o de agricultura e comércio de subsistência, refere o estudo.