O Governo Socialista Espanhol, com dificuldade para aprovar o Orçamento para 2019, já não exclui a possibilidade de antecipar as Eleições Legislativas para o mesmo dia em que se vão realizar as Europeias, a 26 de Maio próximo.
“Não se pode excluir nada, pelas mesmas razões de que não há nada seguro”, disse aos jornalistas o ministro do Planeamento e das Infra-Estruturas espanhol, José Luis Ábalos, citado pela agência Efe.
O “peso pesado” do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que é muito próximo do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, avisou, no entanto, que “não se deve arriscar”, porque “daqui até Maio ainda falta muito” tempo.
“Seria um super-domingo, sem dúvida”, disse ainda José Luis Ábalos com humor, fazendo referência ao dia, 26 de Maio de 2019, em que também se irão realizar as Eleições Europeias, Autárquicas e Regionais (Comunidades Autónomas).
Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 2 de Junho de 2018, depois do PSOE ter conseguido aprovar, no Parlamento, na véspera, uma Moção de Censura contra o Executivo do Partido Popular (direita) com o apoio do Unidos Podemos (coligação de extrema-esquerda) e uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.
Os socialistas têm apenas 84 deputados num total de 350 e o Unidos Podemos 67, com as últimas sondagens a indicarem que os partidos de esquerda ainda não conseguiriam assegurar uma maioria estável, apesar da subida das intenções de voto no PSOE.
A oposição de direita insiste na necessidade de Eleições antecipadas e critica Sánchez por, quando fazia parte da oposição, ter defendido a demissão do Governo no caso de o Orçamento não ser aprovado.
Mesmo o principal apoio parlamentar do PSOE, o Unidos Podemos, sustenta que, se o Orçamento não for aprovado, deveria haver Eleições antecipadas.
A Lei Eleitoral espanhola prevê que o Governo tem até 1 de Abril do ano que vem, no caso de decidir realizar Eleições Legislativas antecipadas em 26 de Maio.
O ministro do Planeamento e das Infra-Estruturas assegurou que Pedro Sánchez convocará Eleições Gerais “quando considerar que tem de o fazer e nunca a reboque da pressão de ninguém”.