O Camboja anunciou que não autorizará a instalação de qualquer Base Militar estrangeira no seu território, numa reacção a uma carta do vice-presidente dos Estados Unidos da América (EUA), que manifestava preocupação pela eventual criação de uma Base Naval chinesa.
“A Constituição do Camboja proíbe a presença de tropas estrangeiras ou bases militares estrangeiras no seu território” e a única excepção é a ONU, disse o primeiro-ministro, Hun Sem, numa declaração difundida nas redes sociais, durante uma reunião do seu Gabinete.
“O Camboja não precisa de nenhum país para fazer guerra no seu território. Eu não preciso de estrangeiros para lutar em território ‘Khmer’ como no passado”, acrescentou o homem forte do Reino, numa alusão à campanha de bombardeamento dos EUA, que atingiu o Camboja entre 1969 a 1973, à margem da Guerra do Vietname.
De acordo com a Imprensa, Pequim está a pressionar o Camboja para estabelecer um Porto, que também poderia servir como Base Naval, em Koh Kong, no Sudoeste do país.
O local faz fronteira com o Golfo da Tailândia, que dá acesso ao Mar do Sul da China.
Pequim reivindica, por razões históricas, a maior parte desta área marítima e tenta consolidar o seu domínio: as tensões entre pescadores chineses, vietnamitas ou filipinos levaram à criação de infra-estruturas militares chinesas em muitas ilhotas.
Os EUA, que já foram o poder militar indiscutível na região, temem que uma possível base chinesa em Koh Kong possa ameaçar, ainda mais, o equilíbrio regional, insistindo que a área deveria estar aberta a todos os navios.
Hun Sen, que administra o país há quase 34 anos, confirmou ter recebido uma carta do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, sobre o assunto.
A China, o aliado regional mais poderoso de Hun Sen, injectou biliões de dólares no Camboja, nos últimos anos, tornando-se no seu maior investidor estrangeiro.
Pequim não pretende parar por aqui e prometeu construir um novo aeroporto, rodovias e outras infra-estruturas.