“Um futuro para construir” é a nova obra de Francisco Pinto Balsemão e José Maria Neves.
O livro, com a chancela da editora Rosa de Porcelana, será lançado dia 23 deste mês, pelas 18 horas, no ISCTE (auditório B 104), em Lisboa, Portugal.
A apresentação estará a cargo do Embaixador Francisco Seixas da Costa e do jornalista Henrique Monteiro.
Conforme uma nota de imprensa da editora em questão, naturalmente, pelo perfil dos seus autores, estamos perante uma obra sobre política, não fossem José Maria neves e Francisco Pinto Balsemão “duas personalidades de matrizes ideológicas diferentes e de experiências políticas diversas”, mas que “travam um diálogo inteligente sobre o ideário do civismo democrático que, de certa forma, converge-os”.
Francisco Pinto Balsemão e José Maria Neves são duas importantes figuras da actualidade pois ambos foram chefes do governo de Portugal e de Cabo Verde, respetivamente.
Balsemão foi dirigente do PSD, de matriz ideológica liberal e social democrática, e Neves dirigente do PAICV, de matriz ideológica da esquerda democrática, partidos do arco da governação dos respetivos países.
O primeiro, para além da política, tem forte atividade empresarial na área da comunicação social e o segundo dedica-se hoje ao ensino e termina um doutoramento em Políticas Públicas.
O livro é assim sobre duas personalidades que se encontram para conversar, antes de mais, sobre a premissa oblíqua do “nosso ser político e nosso ser na política”, diálogo que se extravasa por temas plurais e diversos, uns de interesse histórico, outros de atualidade política, como o do surgimento das sociedades em rede, através das redes sociais, que são novas formas de poder e de governança e de praticar a democracia, e as novas formas de legitimação e de representação políticas.
Esta “conversa a dois”, resulta em verdade do painel “Democracia e Governança: Um Futuro a Construir”, no quadro da IV Conferência da Fundação José Maria Neves para a Governança, realizada na cidade da Praia, em 2017.
Diálogo que provocou muita expectativa na medida em que protagonizavam dois exegetas de questões fulcrais como a crise dos partidos políticos tradicionais, a ascensão do populismo, o desafio da imprensa perante as novas dinâmicas políticas,as políticas públicas para o fortalecimento das liberdades, da igualdade e de um desenvolvimento económico e social sustentáveis na atual conjuntura internacional e a própria questão da geopolítica, assim como aspetos da vida política tanto de Portugal como de Cabo Verde.
Os dois fazem-no em primeira pessoa e colocam-se como sujeitos de muitos dos aspetos contemporâneos que abordam.
Balsemão, um dos grandes da imprensa europeia, faz aqui um statement de que a lixeira gigantesca nas redes sociais e nos motores de busca é cada vez mais explorada para difusão de mentiras, meias verdades e factos alternativos.
Já Neves, especialista em administração pública, sublinha a importância dos próprios partidos na intermediação entre a sociedade e a classe política, sem deixar de chamar atenção ao enfraquecimento paulatino das instituições, entre elas os partidos políticos que tendem ao esgotamento.
Várias problemáticas estão observadas e dissecadas nesta revisão de novas teorias e ideias: a globalização, o populismo, as mudanças climáticas, os Estados-Nação e a emergência de estados transnacionais – dialética que empresta ao livro perfil diferenciado.
A obra desafia assim o leitor a uma configuração mais ética do pensar e do agir democrático, bem como o cidadão a uma outra relação com a política e o seu tempo.