O Governo do Bangladesh suspendeu a repatriação dos primeiros rohingyas para Myanmar (antiga Birmânia), já que não encontraram voluntários para regressar ao país de onde fugiram da onda de violência em 2017.
As autoridades do Bangladesh estiveram nos campos de refugiados, no Sudeste do país, em busca de voluntários para retornar ao Myanmar, mas em vez de encontrar pessoas dispostas a retornar ao país de origem, encontraram milhares de manifestantes.
“Não regressaremos sem a nossa cidadania e direitos”, lia-se em cartazes no campo 22 da área de Unchi Prang, onde estão alguns dos mais de 700 mil rohingyas que fugiram para Bangladesh desde 25 de Agosto de 2017, quando ocorreu uma onde de violência contra esta minoria muçulmana.
A delegação, posteriormente, visitou o acampamento 15 na área de Jamtoli, onde havia três famílias registadas como candidatas à repatriação, mas estas não apareceram, então as autoridades decidiram suspender o processo.
Daca e Naypyidaw concordaram em repatriar, a partir de hoje, os primeiros dois mil 251 dos mais de 700 mil rohingyas da onda de violência do Exército em Myanmar.
Este processo vem com um ano de atraso e estava programado para durar cerca de duas semanas, com a transferência de cerca de 150 pessoas por dia.
A Alta Comissariada dos Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, pediu, na segunda-feira, 12, ao Executivo do Bangladesh, para suspender a repatriação, considerando que as transferências iriam contra o Direito Internacional e poriam em perigo as vidas e as liberdades dos refugiados desta minoria muçulmana.