O Presidente da Tanzânia, John Magufuli, ordenou ao Exército para comprar toda a produção nacional da castanha de cajú na presente campanha, depois de comerciantes se recusarem a pagar aos agricultores o preço estabelecido pelo Governo.
O Chefe de Estado ordenou que o Exército compre a produção ao preço de três mil e 300 xelins tanzanianos (1,28 euros) por quilo, muito acima do preço que os comerciantes estavam dispostos a pagar, acusados de oferecer um preço insuficientemente lucrativo para os produtores.
Em Outubro, Magufuli decretou uma duplicação do preço do fruto seco, antes fixado em mil e 500 xelins (0,58 euros) por quilo e que, segundo os agricultores, não cobria os custos de produção.
Contudo, os comerciantes recusaram-se a ajustar esse preço, o que motivou a decisão do Chefe de Estado.
A castanha de cajú representa uma das principais culturas de exportação da Tanzânia.
John Magufuli pediu ao Banco de Desenvolvimento Agrícola da Tanzânia para “desbloquear os fundos necessários para a compra desses cajús e do Exército para implantar os seus elementos para comprar toda essa produção”.
No sábado, Magufuli demitiu os ministros da Agricultura, Charles Tizeba, e do Comércio, Charles Mwijage, acusados de “falharem nas suas obrigações” na gestão deste sector.
O Presidente da Tanzânia também decidiu que o funcionamento da Fábrica de Processamento das Castanhas de Cajú, onde são tratadas, propriedade do Estado da Tanzânia, seria confiada ao Exército.
O Governo da Tanzânia prevê uma produção nacional de 210 mil a 220 mil toneladas da castanha de cajú para o ano de 2018.
A decisão do Presidente foi criticada por empresários e pela oposição, que o acusam de ir contra a política oficial do Governo de liberalizar o comércio.
Desde a sua eleição, em Outubro de 2015, John Magufuli entrou em conflito com empresas do sector privado, que o acusam, regularmente, de prejudicar os tanzanianos.