O Ministério da Educação de Cabo Verde mandou instaurar um inquérito para apurar a veracidade das acusações do maior partido da oposição (PAICV) contra um professor na ilha de Santo Antão que alegadamente fez propaganda política nas aulas.
A denúncia partiu do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) que, durante uma conferência de imprensa realizada no sábado, em Porto Novo (Santo Antão), acusou o professor da escola técnica João Varela de ter uma “atitude inadequada”.
Segundo a agência de notícias cabo-verdiana (Inforpress), a primeira secretária do PAICV neste concelho, Elisa Pinheiro, informou que este professor – que também é deputado municipal e líder da bancada do MpD (partido no poder) na Assembleia Municipal do Porto Novo – tem vindo “constantemente a fazer, de forma descarada”, propaganda política dentro das salas de aula.
“O mesmo professor resolveu elaborar e aplicar a primeira prova de português deste trimestre aos alunos do 12.º ano, utilizando uma imagem pejorativa, com nítida intenção de denegrir o PAICV e o nome da sua presidente, Janira Hopffer Almada”, avançou Elisa Pinheiro, citada pela Inforpress.
Esta prova terá já provocado “confrontos” entre os estudantes e docente, estando ainda “muitos” pais e encarregados de educação “preocupados e indignados” pela forma como os seus educandos têm sido “manipulados” por Paulo Oliveira.
A líder do PAICV no Porto Novo disse ter já apresentado “uma participação” à ministra da Educação, Maritza Rossabal.
Em comunicado, o Ministério da Educação de Cabo Verde informou que até ao momento não deu entrada qualquer queixa contra o professor, mas que, “face à gravidade das informações veiculadas pela comunicação social, mandou já instaurar um inquérito para apurar a veracidade dos factos e as responsabilidades”.
Africa 21 c/Lusa