A cerimónia de abertura, que começou com cerca de uma hora de atraso, por estar-se à espera da chegada de Ulisses Correia e Silva à São Vicente, foi um tanto ou quanto recompensada, já que este começou por reafirmar a parceria “antes, agora e para os próximos anos”, com este festival que, “por mérito próprio”, assegurou, é uma “marca” da cultura e das artes de Cabo Verde e que internacionalizou.
“O que faz com que tenhamos o interesse de promoção e muito orgulho pelo caminho traçado e pelos resultados que esta grande manifestação de teatro traz anualmente para Cabo Verde”, lançou o chefe do governo.
Também a Câmara Municipal de São Vicente, na pessoa do seu presidente, Augusto Neves, declarou que tem seguido o “exemplo exemplar” do Mindelact, que tem “ essa responsabilidade de fazer tanta coisa, com tanta importância e com tanto afinco”, elogiou o edil, que se reafirmou parceira de “ quase todos os eventos culturais” realizados na ilha e agora “corre atrás” para ser “apenas uma parceira” também do Festival Baía das Gatas.
O presidente da Associação Mindelact, João Branco, por sua vez, optou por agradecer aos artistas, organismos dos Estado, tecido empresarial e o staff, que têm dado apoio para o “maior evento” das artes cénicas da CEDEAO, África Lusófona e de todo o continente africano.
Assim, um “festival diferente” e que Enano Torres, que falava em nome dos artistas e fazendo jus ao lema classificou de “cheio de arte, alma e afecto” e “iluminado” pelos artistas que ano após anos vêm para Cabo Verde, provenientes de vários países.
“Aqui não há concorrência, nem competição, formamos uma família, a família Mindelact”, asseverou.
A cerimónia de abertura contou ainda com palavras breves do presidente do Grupo Impar, Luís Vasconcelos, que falava em nome do tecido empresarial e do director do Centro Cultural do Mindelo, António Tavares, que deu as boas-vindas a este recinto, que vai tornar-se nestes 10 dias, de hoje a 11, o palco principal do Mindelact.
Os discursos foram antecedidos por uma actuação da batucada de Mick Lima e durante a noite previa-se ainda uma performance, “Varina”, a estátua viva executada pela Helena Reis de Portugal, e ainda o espectáculo de abertura, “De marfim e carne – as estátuas também sofrem” da coreografa mindelense Marlene Freitas, a grande homenageada do evento deste ano.
Esta 24ª edição atingiu este ano, segundo a organização, um “record absoluto” no número propostas recebidas e nos países representados.
Comporta 60 espectáculos de 38 grupos oriundos de 14 países, sendo os mais representados Cabo Verde (15 espectáculos) , Brasil (seis) e Portugal, com cinco.
Além da vertente de espectáculos, promove o intercâmbio entre todos os participantes, acções de formação nas mais diversas áreas artísticas ligadas ao teatro, concertos de música, exposições de design e artes plásticas, um “Festival off” alternativo e uma programação específica dirigida às crianças, denominada de “Teatrolândia”.
O Mindelact teve a sua primeira edição em 1995, só com a participação de grupos de São Vicente e Santo Antão, em 1996 teve um cunho nacional e, em 1997, internacionalizou-se.
Inforpress