As Nações Unidas lamentaram, esta sexta-feira, 2, os poucos avanços na luta contra a sub-nutrição na região da Ásia-Pacífico, devido à pobreza, desigualdade e alterações climáticas, especialmente na infância.
“A região da Ásia-Pacífico alberga mais da metade das pessoas sub-nutridas do mundo”, disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), numa declaração-conjunta com outras agências da ONU.
A FAO lamenta o “progresso lento” contra a desnutrição e a obesidade, apesar de décadas de crescimento económico na região, e exortou os países a aumentarem esforços para acabarem com todas as formas de desnutrição até 2030, um objectivo alinhado com os compromissos da ONU.
Em 2017, o número de pessoas sub-nutridas na Ásia-Pacífico totalizou 486,1 milhões (11,4 por cento – % – da população total), em comparação com 486,5 milhões (11,5% do total) no ano anterior, apontou a FAO.
A desnutrição afectou 11,6% da população da região em 2015, 13,8% em 2010 e 17,7% em 2005.
Especialistas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da Organização Mundial de Saúde das Nações Unidas (OMS), também colaboraram no relatório.
“A desnutrição cobre um espectro muito amplo e afecta pessoas de todas as idades – variando desde a desnutrição severa ao sobrepeso e à obesidade”, disseram as agências no comunicado-conjunto, que alertou para estes perigos, especialmente em crianças.
Um total de 79 milhões de crianças, ou uma em cada quatro com menos de cinco anos, sofre de problemas de desenvolvimento e 12 milhões sofrem de desnutrição severa que coloca as suas vidas na Ásia-Pacífico em risco.
O aumento dos desastres naturais, devido às mudanças climáticas, bem como o acesso limitado a alimentos saudáveis, água potável e instalações sanitárias, contribuem para a desnutrição entre adultos e crianças.
O relatório também observa que cerca de 14,5 milhões de crianças, com menos de cinco anos, têm excesso de peso, devido ao aumento do consumo de alimentos baratos e insalubres, por causa do seu alto teor de sal, açúcar e gordura e baixo teor de nutrientes.
Embora o excesso de peso tenha aumentado em toda a região, desde 2000, os dados variam, desde a redução de 16% no Leste da Ásia e um aumento de 128% no Sudeste daquele continente.