O presidente do Partido Popular (PP) considerou hoje, na Cidade da Praia, que o novo acordo de pesca com União Europeia (UE) foi um “mau negócio” para o arquipélago.
Amândio Barbosa Vicente fez essas considerações em conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, ao fazer o balanço da reunião quinzenal do partido para analisar os temas da actualidade política nacional e internacional.
O novo acordo de pesca, anunciado no passado dia 16 de Outubro pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, vai permitir com que os navios de Espanha, Portugal e França pesquem nas águas cabo-verdianas e faz parte dos acordos de pesca da rede de atum na África Ocidental.
O mesmo oferecerá aos navios da UE a possibilidade de pescar 8000 toneladas de atum e espécies afins em águas cabo-verdianas.
Em contrapartida, a UE pagará a Cabo Verde uma contribuição financeira de 750 mil euros por ano, sendo que parte desta contribuição anual (350 mil euros) será utilizada para promover a gestão sustentável das pescas em Cabo Verde.
De acordo com o presidente do Partido Popular, fazendo uma “simples aritmética” pode-se chegar à conclusão que para cada quilo de peixe a UE vai dar 10 escudos para Cabo Verde, o que conforme sublinhou, é um “mau negócio” porque não vai trazer nada para o país.
Ainda neste âmbito, Amândio Vicente colocou a questão da fiscalização atendendo que o acordo estipula que 69 embarcações vão capturar cerca de oito mil toneladas com restrições para espécies protegidas, mas neste o ponto o PP questiona quem á que vai garantir o cumprimento das cláusulas estabelecidas no contrato.
Na sua reunião de hoje, o PP debruçou-se ainda sobre a situação dos vigilantes das empresas de segurança privada que, conforme realçou, está-se perante a situação de “escravatura legitimada pelo Governo ou escravatura moderna”.
O PP incluiu também na sua agenda de trabalhos uma reflexão sobre a onda da praga de lagarta de cartuxo do milho que assola o país, tendo a esse propósito considerado que o Governo está a ser “negligente”.
Inforpress