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Economia

São Lourenço dos Órgãos: Pina aposta na produção de tomate em grande escala

O agro-empresário Fernando Garcia da Veiga, mais conhecido por “Pina”, e tido como o homem que introduziu a produção de morangos em Cabo Verde, decidiu, agora, apostar na produção de tomate em grande escala para abastecer o mercado nacional. Trata-se de uma experiência, “fora da época” e em campo aberto, que aquele produtor de São Lourenço dos Órgãos quer partilhar com os outros agricultores de Santiago e outras ilhas.

Fernando Garcia da Veiga, “Pina”, é conhecido como um agricultor inovador, adepto de novas práticas agrícolas nos seus campos de cultivo na localidade de Canárias, no concelho de São Lourenço dos Órgãos. Tornou-se, igualmente, uma referência do sector do agronegócio por ter sido quem introduziu a produção de morangos em Cabo Verde, hoje uma aposta ganha.

Neste momento, Pina está a apostar no cultivo de tomate em grande escala para abastecer o mercado de Santiago e outras ilhas, em especial Sal e Boa Vista.

Dono de cinco parcelas de terreno, a sua ideia é apostar no cultivo de tomate savana, conhecido, também, por tomate tâmara.

E, de acordo com as suas previsões, até finais de Novem¬bro, espera recolher da terra perto de cem toneladas desse produto.

Ao contrário do ano passa¬do, em que fez um forte investi¬mento para iniciar a produção de morango em Outubro, o que acabou por não acontecer, por causa da seca, este ano, decidiu aproveitar o período em que o terreno fica praticamente vazio (Julho a Outubro), para uma experiência na produção de to¬mate “fora de época”. E, como diz, o resultado está a superar as suas expectativas.

“Estamos perante uma ex¬celente produção de tomate numa época do ano que, para muitos agricultores e técnicos da agricultura, é impossível.

Mas, o resultado desta mi¬nha teimosia prova que pode¬mos produzir tomate durante todo o ano, em campo aberto, sobretudo em São Lourenço dos Órgãos.

Vou aproveitar para convi¬dar os técnicos do Ministério da Agricultura e Ambiente e do INIDA (Instituto Nacionail de Investigação e Desemvolvi¬mento Agrário), assim como os agricultores de Santiago, para virem verificar, no terreno, o resultado desta produção que para muitos era impensável”, anuncia.

Pina conta que no início de Agosto, ainda antes das chu¬vas, mobilizou água em reser¬vatórios e preparou o terreno para introduzir cerca de 35 mil plantas de tomate savana.

“Trata-se de uma espécie de tomate muito resistente tanto à seca como ao calor e o pró¬prio fruto é mais resistente a pragas. Prova disso é que ainda não fiz nenhum tipo de trata¬mento e já fiz as primeiras co¬lheitas. Neste momento, tenho mais 30 mil plantas para lan¬çar numa segunda fase”, revela “Pina”.

Como sempre, na altura da plantação, desafiou muitos agricultores para fazerem o mesmo.

“Muitos acharam que eu es¬tava doido, dado que estáva¬mos em plena seca. Alguns dis¬seram que o tomate iria ficar a rastejar no chão e, com a humi¬dade das chuvas, acabaria por se estragar. Felizmente, não foi o que aconteceu”, salienta.

Negócio rentável

Para esta experiência, o nosso interlocutor diz que investiu pouco mais de um milhão de escudos. E, pelo que vê, o retorno está praticamente garantido, apenas no que vai colher de uma das cinco parcelas cultivadas.

“Normalmente, quem produz tomate nesta época são os agricultores que têm estufas. Por causa da fraca produção, todos os anos, de Setembro a Dezembro, um quilo de tomate no mercado, por vezes, chega aos 500 escudos. Depois, de 15

de Janeiro em diante, o preço cai até 20 escudos o quilo. Por isso, resolvi arriscar nesta época”, justifica “Pina”.

Exportação para outras ilhas

Além de abastecer Santiago, Pina assegura que boa parte dessa produção de tomate vai ser enviada para as ilhas da Boa Vista e do Sal.

“Actualmente, um quilo de tomate está a ser vendido por 250 escudos na cidade da Praia, ilha de Santiago. Nas outras ilhas, o preço, às vezes, chega a 400 escudos”, remarca “Pina”.

Em finais de Novembro, Pina conta retomar a produção de morango, uma das suas especialidades. Assim, em meados de Dezembro, terá a próxima safra desse fruto, muito apreciado hoje em dia pelos cabo-verdianos.

Presentemente, este agro¬-empresário garante emprego directo a 30 pessoas, sendo 20 homens e dez mulheres.

 

 

 

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