Na sua mensagem alusiva ao Dia Nacional da Cultura e das Comunidades Emigradas, que hoje se assinala, o Chefe de Estado salientou que é a cultura que reduz as distâncias e une os cabo-verdianos espalhados pelo mundo, ligando-os entre si e à terra, concedendo, dessa forma, ao país, uma dimensão que em muito ultrapassa a física.
“Incentivo, pois, a todos os cabo-verdianos, no país e espalhados pelo mundo, a perseverar, com o seu trabalho e entrega, para o engrandecimento de Cabo Verde e a fortificar a Cultura que é a nossa alma, a nossa marca, o nosso selo, a nossa condição de sucesso”, refere o documento distribuído à imprensa.
Jorge Carlos Fonseca faz alusão às diversas actividades culturais realizadas ao longo do ano de 2018, desde homenagens e distinção de artistas que “com o seu corpo, a sua alma e o seu trabalho ampliam, transportam, protegem e revigoram, nos quatro cantos do mundo, a cultura cabo-verdiana”.
“Ao longo deste ano, acontecimentos de grande importância tiveram e continuam a ter lugar no domínio da cultura, a nível nacional, realçando a nossa capacidade de criar, de engendrar o Belo, na música, na poesia, na dança, na ficção, nas artes cénicas, nas artes plásticas, num processo claro de humanização”, lembrou.
Destacou a atribuição do Prémio Camões ao escritor Germano Almeida, o que na sua perspectiva representa um tributo ao talento desse escritor, mas também, o reconhecimento da maturidade da literatura cabo-verdiana.
“Através de Germano Almeida, galardoado depois de Arménio Vieira, é toda a literatura cabo-verdiana que é alcandorada a um nível muito elevado, o que proporciona maior visibilidade e amplia o espaço de afirmação para os diversos criadores literários” recordou.
Jorge Carlos Fonseca lembrou que 2018 fica também marcado pela conclusão e apresentação à Unesco da candidatura da morna a património imaterial da humanidade, fruto de um intenso trabalho de compositores, músicos, pesquisadores, intelectuais, políticos e cidadãos anónimos.
Neste particular, reiterou a sua disponibilidade para, oportunamente, na qualidade de Chefe de Estado, fazer uma diligência junto à Unesco no sentido de reforçar essa candidatura.
Para Jorge Carlos Fonseca, o incremento de actividades culturais, realizadas no país, nos diversos domínios, é, de facto, uma realidade e neste sentido reconheceu o esforço do Governo no apoio à cultura e ao mesmo tempo apelou ao executivo a continuar nessa senda e na procura de uma intervenção cada vez mais descentralizada.
Em relação às comunidades, o Chefe de Estado salientou a necessidade de reconhecer o papel de “extrema importância” que a diáspora cabo-verdiana tem desempenhado na afirmação da independência, no desenvolvimento de Cabo Verde, na construção da nossa democracia, e na perenização da cultura do arquipélago.
“Permitam-me, neste particular, recordar, de forma saudosa, Antoni Denti D’ Oro e Rui Alberto Machado, nomes importantes da nossa cultura que, recentemente, nos deixaram fisicamente, mas, porque encarnaram valores essenciais da nossa identidade cultural, serão sempre lembrados, honrados e perpetuados”, concluiu.
O Dia Nacional da Cultura é celebrado em Cabo Verde a 18 de Outubro, dia do nascimento do jornalista, escritor e poeta cabo-verdiano Eugénio de Paula Tavares (1867).
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