A última reunião do CCS aconteceu em Agosto e as duas centrais sindicais cabo-verdianas uniram-se para exigir do Governo um Orçamento do Estado 2019 com aumento salarial para os trabalhadores visando repor o seu poder de compra.
Na ocasião, a líder da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), Joaquina Almeida, levou à mesa propostas relativas ao aumento do salário mínimo dos trabalhadores da função pública e melhoria da situação dos marítimos e dos trabalhadores da administração pública.
“Não podemos deixar que todos pensam que está tudo bem, quando nada está bem”, disse, referindo-se também a situação por que passam os marítimos, uma classe, segundo ela, “esquecida” e a qual o Governo prometeu apresentar, no mês de Junho, um estudo para diminuição de idade de reforma, mas que até então não aconteceu.
Por sua vez, a Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), segundo o seu presidente, José Manuel Vaz, apresentou um conjunto de preocupações que afecta os trabalhadores e que têm a ver com o desemprego, que quer que seja reduzido a 10%, assim como o aumento salarial.
“Queremos que os trabalhadores tenham maior poder de compra, pois, a seca que se faz sentir tem fustigado os cabo-verdianos, pelo que pensamos que o Governo e os empregadores devem fazer um esforço para melhorar os salários na administração pública e outras categorias”, declarou.
Entretanto, a 30 de Setembro o primeiro-ministro anunciou que, em 2019, os funcionários do quadro comum da Administração Pública serão contemplados com actualização salarial.
Ulisses Correia e Silva fez este anúncio durante a abertura oficial do ano político do seu partido que aconteceu na cidade do Mindelo, na ilha de São Vicente.
Falando na qualidade de presidente do Movimento para a Democracia (MpD, no poder) referiu-se ainda à subida do valor da pensão social mínima de cinco para seis mil escudos, também em 2019.
Depois do anúncio do chefe do Governo, o secretário-geral (SG) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição), Julião Varela, reuniu-se com o ministro das Finanças, Olavo Correia, para lhe manifestar “um conjunto de preocupações” no âmbito da preparação do Orçamento do Estado.
De acordo com o SG do maior partido da oposição, um dos objectivos dessa reunião foi clarificar a questão do ajustamento salarial, anunciado pelo primeiro-ministro, que, segundo ele, aparece num quadro fora do Conselho de Concertação Social.
Para Julião Varela, o Governo anunciou um ajustamento salarial para os trabalhadores do quadro comum e, logo, este aumento cobre apenas os funcionários de categoria 1 a 5.
A justificação, disse ele, é que as outras classes beneficiaram com as carreiras e, por isso, não faz sentido qualquer ajustamento neste momento.
Inforpress